27 junho 2007

Gostei da companhia

Gostei de conversar contigo. E gostei ainda mais do teu sorriso. Gostei da tua simplicidade.E gostei do dia, mesmo com frio, a vista do miradouro era muito bonita.
Percorremos as ruas de Lisboa, os dois, e senti calma nesse dia.
Não sabia como iria ser esse encontro de nós. Não foi estranho, mas simples. De uma simplicidade quase tão clara como o ar. E por muitos caminhos errados que percorremos, acabamos por chegar ao destino final. O príncipio do resto, o início. E o jantar estava normal. Bitoque sem ovo, com ovo para mim. E tomamos café e saimos com a calma necessária para me dizeres: ... então não é mais bonita assim a rua? Ao que tive que anuir, por ser verdade. Lisboa de noite, tem menos pessoas e a luz é diferente. E dissemos adeus.
E olhei para trás e vi o teu olhar.

26 junho 2007

Não tinha que ser

Por vezes a vida encarrega-se de nos fazer ver as coisas de diferentes formas e contornos. Este fim de semana que passou o que podia ser não chegou a ser. O porquê de não ser, penso que só a própria realidade o pode dizer. A vontade, o querer e o poder, depressa se evaporaram. O fugir ao destino neste caso pode ter sido o erro fatal. Enfrentei o Destino, quis depressa demais o que não sabia como era, e talvez essa pressa confundisse o que devia ter sido.
Não vai ser mais nada a partir desse dia.

18 junho 2007

A imperfeição

A imperfeição de não querer.
De não desejar o que me dás.
De não querer desejar.
De querer só viver e perceber.

Perceber que tenho que parar.
Respirar. E viver para saber.
Não querer o que não desejo.
Só desejar o que quero.

E a calma mete medo.
É preciso saborear a solidão como um peixe grelhado.
Com limão, manteiga e batatas cozidas.
E demorar...

Para depois quando me apetecer desejar a carne,
O faça com vontade de ter, de desejar.
Passo a passo, ponho a carne no assador.
E asso, asso, e por custar vai saber melhor quando tiver.

Ando a a voar

Pedras e mais pedras caem no chão.
Desfazem-se em pedrinhas e pó.
Piso e calco as ruas, o chão.
Ando sobre o mar.

Ando a a voar.
Ando no ar. Levito.
E tudo que vejo já foi tudo.
E agora é só o que vejo. O que é.

E a minha pele já foi um corsel.
Que galopava nos campos.
Ja fui rocha e lágrimas.
Sou agora eu.

E os átomos que me fazem assim,
Por um acaso da sua distribuição acabaram por resultar em mim.
Construção imperfeita que busca como um íman o outro eu.
Para além de tudo, prendo-me ao que já terei sido.

15 junho 2007

Tenho-te no pensamento

Tenho-te no pensamento.
Dou por mim a pensar na tua dor.
Quero-te com forças, forte.
Levantando quem está perto de ti.

Quero que tenhas a visão dos corajosos.
A pronúncia dos inteligentes.
O pensamento dos idealistas.
A felicidade dos bons.

Aquela que me fez chorar de amor,
Tem que ser, agora, um mar de força.
Quem me pode dar o teu pensamento?
O vento? Ele que corre por cima de ti...

Aquele que chorou, sente-te perto.
Quem te tem dentro dele, está aqui.
Escrevo na noite, para ouvires as teclas.
Ouves?

Já foste...

Não errei. A culpa não foi de nenhum dos dois. Já me disseste que não sentes o mesmo desejo que eu. Agora só tenho que esperar desejar outra pessoa, como tu própria disseste. Não me interessa saber o que correu mal, se fui demasiado depressa para o teu passo, ou se não sentias o que julgavas sentir.
És muito cativante por isso é difícil não gostar de ti como pessoa e por acréscimo no meu caso, desejar-te como mulher. Mas desde o início que sabia de dificil tarefa aquela a que me propus. Saiba eu guardar-te como amiga e preservar a tua amizade que eu sinto ser sincera. Eu sou um cabeça no ar ás vezes, mas arrisquei. Se te desiludi de qualquer forma, acredita que não era a minha intenção, mas o que está feito não se pode emendar. Não tenho qualquer tipo de rancor, porque como tu própria disseste, aconteceu e não sabes explicar o porquê de já não me desejares. Agradeço a sinceridade e a honestidade que sempre tiveste para comigo. Eu sempre o fui contigo também. E assim é bem mais fácil conversar e respeitar a decisão que tomaste.
A busca continua. A procura é incessante. E sei que serei feliz.

14 junho 2007

Clean







Mordes-me o pensar

Mordes-me o pensar.
Comes-me a pele.
Pensas-me a ideia.
Amas-me o corpo.

Sentes-me em ti.
Vens comigo.
Abraças-te a mim.
Respiras comigo.

Tiras-me o fôlego.
Vês os meus olhos.
Apertas o meu corpo.
Saboreias a minha boca.

E de repente o silêncio do prazer invade o ar.
E o cheiro de nós é penetrante como um perfume raro.
Como acabados de nascer respiramos e sentimos que estamos vivos.
Juntos. Sós. Damos o prazer de amar e sentir o desejo.

13 junho 2007

Agora, tem dias

Neste momento que escrevo muita coisa está a acontecer. Coisas que sei, que não sei, que só sinto. E em todos estes acontecimentos, de uma coisa estou certo. Há coisas pelas quais tenho que lutar. Se as quiser claro. E quero, entre outras coisas, gostar de alguém, partilhar, ser gostado, respeitar e ser respeitado. Ter alguém que me tente entender, que mereça a minha confiança, que se dê por completo, como eu. E isto neste momento pode acontecer ou não. Já depende mais de mim do que a algum tempo atrás. Mas não sei se quero ter uma relação ou mesmo um caso fortuito, por pouco tempo que seja. Quero sim ser eu próprio e se acontecer acontece. Não vou planear nada. No passado recente, as coisas a nivel emocional estiveram mal, depois bem e de repente mal outra vez. Não estou com isto a dizer que estou mal. Estou como estou. Sozinho sem aquele apoio, sem o carinho, sem a partilha da intimidade física. A minha ultíma relação, se é que lhe posso chamar assim, foi sol de pouca dura. Mas naqueles dias quem me queria ver, era com um sorriso de orelha a orelha. Agora, tem dias. Faz-me falta o contacto amoroso. E muita coisa condiciona essa questão. A vontade é um exelente condicionante. O principal. Se não existe vontade de uma das partes, é muito difícil para não dizer impossível, ter algum tipo de relação afectiva. Mas estou a espera, também me faço díficil claro, também sou orgulhoso e muito teimoso. Mas no final é que se fazem as contas por isso... Só posso dizer que estou com vontade de gostar, de me apaixonar, de partilhar. E se esse gostar for breve, se for uma relação casual, por exemplo de uma noite, não estou muito interessado em saber se fiz mal ou se fiz bem. Sei que tudo o que fizer vai ser porque quero, porque tenho vontade. E como já tenho umas nódoas negras das quedas da vida, já não me vou surpreender com as que virão.

Fiquei triste

Não sabia. Fiquei a saber. Fiquei triste. Mas sabes que estou contigo. E as palavras são poucas.

Festas de Stº António

Passei a noite de 12 para 13 na romaria alfacinha que é a festa de Stº António. Considero este santo o meu preferido. Quando tiver tempo tenho que ir visitar a igreja que tem o seu nome. Uma falta que não sendo grave, é passível de se tornar com o tempo.
Nestas alturas a confusão reina na cidade e até a praça do Comércio vi como não a via à muito tempo, cheia de carros. Uma imagem horrível. Depois de muito praguejar la cheguei ao Camões e dai para a Bica, com vontade de comer e esperando ainda servirem refeições. Fiquei a conhecer uma portuguesa que veio agora de Florença para acabar o mestrado em fenómenos de imigração. Pouco faladora, deve ser pelos anos que viveu em França.
Sardinhas assadas com batata cozida, salada e sangria, foi o repasto. Com a mousse e o café ficou tudo em onze euros. Depois de uma ida ao W.C., fomos pagar a conta com multibanco... que estava sempre a falhar a ligação. Depois de esperar dez minutos lá nos despachamos e saimos para a confusão.
Local de festejo, a zona do elevador da Bica. Muita gente, estrangeiros, muita gente nova, essencialmente gente com respeito pelo outro. Nestes ajuntamentos é sempre de pensar que pode haver confusão, mas até que foi serena a noite. Muita imperial. Muita música e conversa.
Para casa, cigarros os últimos, conversa e caminha. Acordei tarde e a más horas. Tomamos o pequeno almoço e fomos tomar café. Estava frio, mas era um frio agradavel, quando me pus a caminho de casa.

11 junho 2007

Sandes

Hoje fui comer a uma daquelas casas que vendem sandes. Como sempre pedi uma Alsaciana e uma fanta. Não percebo porquê, mas não bebo coca cola com sandes... Aqui fica o mea culpa, porque de facto não é uma comida muito saudavel. Mas era o que me estava a apetecer. A empregada registou o meu pedido na sua massa cinzenta e passados dois minutos veio com a notícia. Sem cebola não podiam fazer a sandes. Muito me espantei porque sempre pedi sem cebola e sempre atenderam a este meu pedido. Mas acabei por escolher outra sandes, a Gaulesa, também ela muito saborosa, e que não tinha pimentos nem cebola. Tinha carne assada e mais qualquer coisa que não me lembro. A fanta essa estava magnifica! Depois um cafezinho e um cigarrinho, tudo coisas que fazem bem à saúde. Não falei das batatas fritas de propósito.
O dia estava limpido e claro. A neura atacou até a bocado... o que vale é que tenho tido um rémedio que a ataca imediatamente. A minha vontade de ser feliz... e quem sabe uma boa noite de sono...

10 junho 2007

Queria ter um tubo de cola UHU

Queria ter um tubo de cola UHU,
Para me colar a ti.
Para não saires do meu lado.
Queria ser o teu rebuçado.

Para me desembrulhares.
Ser chupado por ti deve ser... ui....
E as trincas....
Queria ser o teu queijo fresco.

Para me desembalares e mastigares.
Queria ser o teu gelado de limão.
Para sentir o quente da tua boca.
Queria ser a tua roupa interior.

Para saber o que é bom...
Queria ser a tua bicicleta,
Para pedalares comigo...
Queria ser a tua cama...


E numa noite de verão, com a praia deserta, sentados na areia, olhava o teu decote...
E a lua sendo amiga, iluminava o escuro do teu peito...
E com a tua mão no meu pescoço, dava-te um beijo.

09 junho 2007

Um simples queijo...

Estava a ver a repetição de um programa on-line que falava sobre nutrição, o que me fez pensar no que como todos os dias, e como como. Todos sabemos que devemos ter cuidado com o que comemos mas nem sempre temos a preocupação de escolher o que é melhor para nós. Vamos lá a cortar com as gorduras e os açucares, para pouparmos no ginásio!
Este assunto, fez-me recordar um episódio que agora, olhando para trás me dá vontade de reclamar, no mínimo. Depois de ter feito o check-in num aeroporto de Paris, ficamos na fila para que fossemos revistados. Até aqui tudo muito bem. A segurança acima de tudo. Quando chegou a minha vez depois de ter deixado os meus pertences numa caixa de plástico rectangular, o segurança pediu-me para abrir a minha mochila. Devo dizer que tinha uma garrafa de água quase cheia, que antes da revista me apressei a beber para não ficar com sede no avião. Aliás a água era minha e não era um francês qualquer que ia ficar com ela! Bebi até ficar com três dedos de água na garrafa. Na revista a garrafa passou, é verdade... nem me pediu para abrir a garrafa. Mas um simples yogurte magro, que estava na mochila à três dias e que ainda não tinha deitado fora, não o pude levar. Tudo bem disse eu, a garrafita já tinha passado, e como eu não queria que o senhor não tivesse o que comer ao lanche disse que não havia problema. Fiquei sem o yogurte mas com a água.
Duas amigas minhas tinham comprado queijo francês para trazerem para a família. Uma passou sem problema, mas a outra ficou sem os queijos, indicando o segurança que por motivos de segurança o queijo era proibido no avião. E agora eu pergunto, um queijo é uma bomba? Parece que para os franceses sim. A meu ver o senhor queria lanchar e ali já tinha um bom lanchito, com um yogurt e um queijo a coisa até se estava a compor. O que é mais perigoso? A minha garrafa com três dedos de água ou um queijo? Que estupidez pegada! Decerto que passaram diversos objectos que poderiam ser muito mais ameaçadores e que não foram proibidos de embarcar. Só espero que o senhor segurança tenha mesmo comido o queijo e o yogurt, e que tenha passado a noite no W.C.!

01 junho 2007

Eu sou aquele que anda

Trespassa-me uma calma.
Um sentimento enquanto tinha um cigarro na mão.
E olhava a rua, o céu, a lua, e uma estrela, lá no alto.
E era uma calma de sentimentos.

E não sentia nada e sentia tudo.
Porque não pensava. Só o cigarro e os pulmões serviam.
E os olhos serviam de lentes de aumentar.
Sondando a realidade, sedento, eu de olhar.

E pensava que é melhor não pensar.
Não pensar no que acontece.
O que acontecerá é mais importante.
E a calma desaparece.

Sou o que me deixas ser.
Sou quem posso ser.
Sou quem pode e nada manda.
Eu sou aquele que anda.