
Saí, de lá depois de ter bebido um café e com os charutos embrulhados em papel com um laço. Estive á espera do pessoal no restaurante, fui o primeiro a chegar. Não quis ficar na mesa vazia e fui para o balcão. Pedi um martini rosso, e o empregado retorquiu com um: Oi? Pensei logo, estamos mal! Voltei a pedir e desta vez soletrei letra a letra: m-a-r-t-i-n-i r-o-s-s-o. O tipo parecia que estava com uma dificuldade qualquer que não dava para perceber. De repente apareceu um tipo parecido com o Al Pacino do meu lado direito. E eu voltei a pedir. Ele tambem parece que padecia da mesma enfermidade que o outro. E de repente na minha cabeça fez-se luz. Disse-lhe que estava ali para jantar e que já estava marcado. Passei de pedinte a burguês num décimo de segundo! O senhor de preto deu a ordem para me servirem um martini. Até pude fumar após perguntar.
O jantar estava óptimo, assim como a companhia. Os mesmos que foram votar hoje, os mesmos que contribuiram para que o aborto fosse despenalizado ate às dez semanas de gravidez. Um pequeno passo para cada um de nós mas um grande passo para a nossa sociedade.
Passamos por vários pontos de diferentes ambientes da capital (Funicular, Incógnito e Jamaica), bares com alma própria e diferentes texturas. A chuva miudinha e o frio faziam com que me mantivesse de pé.
Conheci um galês que trabalha para a RTP, que me deu a possibilidade de praticar o meu inglês enferrujado. E nessa mesma noite o porteiro de um conhecido bar da cidade foi atropelado por uma mota! Mas andava pelo seu próprio pé. O tipo lá se meteu num táxi e foi para o hospital.
Esta noite foi daquelas que não se esquecem facilmente.
1 comentário:
Gostei de ler esta aventura...
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