
Fiquei a saber que o terceiro submarino da nossa esquadra se chamava Delfim, juntando-se ao Albatroz e ao Barracuda. Todos para abater, a espera dos dois já encomendados.
O taxista falou-me dos testes em piscina onde era colocada uma garrafa de oxigénio no meio e uma em cada canto da piscina. O teste consistia em passar por todas as garrafas sem utilizar a do meio. Se assim fosse era eliminado. Também era eliminado se viesse a tona de água. Difícil pensei eu. Pois é. Mas para baralhar as contas não estava sozinho dentro da piscina. Atrás dele estavam mais dez colegas de curso a fazer a mesma coisa. Enchiam os pulmões de ar numa garrafa e seguiam para a próxima. Não se podiam demorar em cada golfada de ar porque se assim fosse, menos ar tinham os camaradas que vinham logo atrás. O espírito de camaradagem aqui fortalece-se. Incrível pensei eu. Esta prova de facto parecia-me muito dura. Mas como não chegasse o taxista disse que passou por uma muito difícil. Noite, sem saber a prova que iriam fazzer. Entraram no zebro ( bote dos fuzileiros) até não se ver a costa. Dez no barco com os fatos de mergulho e barbatanas. Saltem! Vinte e quatro horas a nadar. A comida e água era fornecida e sempre acompanhados pelos camaradas nos botes. Passou. Fez várias comissões. Não arranjou trabalho na área porque a dez anos atrás não existia mercado virado para as coisas do mar. Agora já vai havendo mas mesmo assim pouco disse ele. Hoje é taxista.
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