22 março 2007

Falta-me o amor

Sinto-me só. Depois do dia de hoje a solidão, a cruel realidade abate-se sobre mim. E ninguém me pode dizer que o contrário está certo. Sei que o dia de amanhã pode ser diferente e provalmente será. E um dia vou encontrar o que tanto procuro. Enquanto isso não acontece, estou sozinho como uma ilha no oceano. Falta-me o amor.
Hoje senti várias coisas. Alívio, perda, decepção, acima de tudo senti que a minha vida não é o centro de tudo. E afasto quem mais gosto. Tenho um dom para estragar tudo. Não será esse o objectivo? Se não posso ter, mais vale acabar por aqui e meter as culpas no outro. Este raciocinio leva a que se quebrem laços, a que se soltem as amarras que nos prendem como fios de cabelo fossem.
Senti que existem mais amores e que o meu é unidireccional. E sentir isso foi duro. Senti que não faço parte da tua vida. Que ela é só tua e de mais alguém. E eu sinto-me só. E vou afastar-me de ti. E vamos perder. Não sei o que iremos perder, mas que vamos perder qualquer coisa, isso eu sei. Mas não faz mal porque eu não faço parte. Fazes tu mais parte de mim que eu de ti. Se calhar não sei. Senti e sinto um afastamento, que talvez não seja pensado, mas mesmo assim, senti. E aqui eu tenho culpa, não tu. Tu agarras aquilo que queres, o que amas. Nunca tinha pensado assim. Tu amas. Uma verdade muito bela e cruel ao mesmo tempo.
Sinto-me sozinho, mas com forças ainda para escrever e pensar sobre isto, o que já não é pouco.
Chega de dizer coisas bonitas e escrever poemas intimistas. Não tenho raiva de ti. Se calhar nem de mim tenho. Tinha que acontecer qualquer coisa. E aconteceu o sentir necessidade de me soltar de ti, nina.
Existirá em mim algo que me liga e ligará a ti, até ao fim da minha vida.

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