10 janeiro 2007

A defesa e o ataque

Sempre posso dizer que nesta primeira abordagem à escrita corrida, que me estou a borrifar para o que aqueles e aquelas que lerem este meu escrito possam pensar sobre mim. Também não estava a ser sincero se não dissesse que tenho um certo pudor, talvez resultado da minha educação em criança, tenho um certo pudor dizia, em escrever como se estivesse a descarnar um osso. Se isso acontecer será certamente um dia para relembrar.
Agora que disse ao que vim posso escrever o que quero dizer.
Existem na nossa vida relações com outras pessoas que nos afectam mais ou menos, consoante o sentimento e a nossa maneira de ser. Eu tenho a prova viva de que nas relaçoes sociais, existem muitos tipos de afectos, de carinhos, de ódios e de muitas outras coisas como por exemplo o interesse. Somos um ser egoista. Extremamente frio e calculista, embora que por vezes não o saibamos ou não queremos acreditar que o somos. Eu acho que sou, pelo menos egoista.
Ao estar envolto de amigos, não quer dizer que seja feliz ou mesmo sociavel. Se estou ali, naquele sitio pelo menos devia me sentir bem. E o facto é que as vezes não me sinto bem na companhia de certas pessoas. Não é que não goste delas ao nivel pessoal, penso até que são boas pessoas. O que me atafulha o cerebro são alguns comentários e acções desprovidas de bom senso. Atitudes de defesa pessoal que se manifestam em ataques mais ou menos disfarçados. Não estou neste caso a particularizar a minha pessoa, mas sim todos aqueles que de um modo ou de outro eu vejo serem alvos da prosápia injecção.
De algum modo a natureza e tom de certas afirmações são tomadas por mim como incaracteristicas e sem qualquer fundamento lógico para serem proferidas. E mesmo que esse existisse só o facto de o serem, demostraria uma falta de tacto e um afastamento do outro enquanto ser humano.
Eu tambem já recorri a esse estratagema mais ou menos pensado para que estivesse no grupo daqueles que são os que não sofrem. Daqueles que superam qualquer insinuação ou comentário menos próprio. Mas não faz parte da minha natureza, efectivamente, agir dessa forma.
Já o sei desde à muito, mas agora dupliquei a minha certeza.
Os ingleses chamam a isso "bullying". Neste caso penso que se trata de uma situação mais elaborada ao nivel psicológico. Mas sempre se trata de uma defesa. E existem pessoas que o fazem com uma mestria natural. Tem muitas certezas, poucas duvidas e nunca se enganam. A necessidade de controle é tanta que já não basta terem que se controlar a eles mesmos tem que controlar o outro para que a sua vida faça sentido, como uma linha desenhada pela sua própria mão. E assim não tem qualquer dúvida sobre qual a realidade em que vivem.
A minha realiade é igualmente triste e alegre ao mesmo tempo, suponho como a de toda a gente. Embora não faça comentários verbais, faço-os mentalmente, o que até acho que é normal.
Posso ser preconceituoso mas tento não ser demasiado. Até porque respeito o ser humano, a pessoa social, o individuo. Não quero acabar sem referir que não se trata de elaborar, aqui, um muro das lamentações mas sim elaborar ideias e pensamentos, neste caso os meus. Acho que é sempre bom reflectir sobre nós.

2 comentários:

A. disse...

[Não elabores.

Pensa no que és.]




...e bravo.


A.

Unknown disse...

And the queen of metaphorical euphemisms and with that being said I keep my circle small as to not require myself to tolerate indecencies of others