17 abril 2011

Pannjo, the Bartender - #6

Adormeci. Sonhei um sonho. Pisava a relva verde de um paraíso. Riachos de água fresca e árvores verdes, muito verdes. Mas não ouvia nada. Nem a minha própria voz ouvia, quando comecei a gritar insanamente. A correr descalço, nú, por um paraíso sem som. Acordei enquanto gritava mudamente. Fui a correr para o espelho e gritei. Gritei para me ver gritar. Já não aguentava ouvir-me berrar pela casa e pensar porque no sonho não o conseguia. Tomei um banho frio. De noite ainda. Acendi incenso, que coloquei no chão perto da cama. Assumi a posição de lótus e comecei a meditar. Sobre um tapete preto de algodão. Afastava-me de todo o mal que eu sentia que era. Ia para o vácuo. Para o éter. Para um lugar vazio de tudo. A minha mente vagueava no escuro, no preto distante e imenso. Ali era onde me sentia bem. Tudo termina quando abria os olhos. Tudo recomeça quando saio a rua. quando vou trabalhar. Nesse lugar onde as vitimas aparecem desejando a morte. Não o desejam, mas é como se o fizessem. Eu não o consigo evitar. Nessa manhã cheguei ao bar como sempre ainda sem o sol ter nascido. A minha doença branca piorava. Tinha tonturas, e dores de cabeça frequentes. a minha visão começou a ficar mais a preto e branco. Algumas cores ainda as via, mas mais esbatidas. Nesse dia entrou no bar um grande grupo de amigos. Uma festa. Não sabia quem eram, soube-o depois. Fixei o grupo atentamente. Duas pessoas em lados opostos da mesa estavam marcadas com o x na testa. Nunca tinha visto duas marcas em simultâneo. Fez-me pensar isso. Fiquei pouco confortável como inesperado. Como o iria fazer? Mata-los ao mesmo tempo? Tinha que o fazer assim? Podia matar um agora e o outro amanhã? O que acontece se não o fizer? E se o fizer? O destino e eu seremos as testemunhas do que se passará a seguir...

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