30 janeiro 2011

Linkin Park - Crawling

Merecer

Como é bom precisarmos das pessoas e elas não acharem que nós não precisamos delas. É simplesmente magnifico. Faz-nos perceber que não somos nós que precisamos delas, nem elas de nós. Precisamos de outras pessoas. Porque para precisar de alguém, esse alguém tem que merecer esse precisar. E como precisar é um termo ambíguo e deveras abrangente deixo ao vosso critério e subjectividade, a sua objectividade.
Tem que nos merecer a nós, que precisamos e nós também temos que as merecer. Faço por merecer. E tu?

29 janeiro 2011

A outra tu


Camille - Home Is Where It Hurts

O Turista


O que posso dizer sobre o filme? Tem bons actores, uma boa banda sonora, realização excelente, a fotografia não é nada do outro mundo. O guarda roupa é muito bom. Os exteriores são fantásticos, não fossem rodados em Paris e Veneza.
Já não era sem tempo, ver a Angelina e o Johnny contracenarem juntos. Uma análise rápida, leva-me a dizer que ela parece ser muito mais natural que ele. Errado. O Sr. Depp tem uma maneira de representar que me causa borbulhas do tamanho de bolas de golfe nas costas. É incomodativo, e não é fácil não me mexer na cadeira ao ver aquele gajo a contracenar. Há qualquer coisa que ele não passa para nós, mas que sabemos que está lá na personagem. Coisa fácil para alguns. É natural para quem tem talento. A Sr.ª Jolie parece muito mais natural, como se olhasse para uma garrafa de água translucida. Naturalíssima. A elegância ao andar, a maneira como coloca as mãos e os braços. E a sua imagem de marca, o olhar que nos lança, sem olhar. Ah! E o sorriso da senhora... mata-me. Não literalmente claro.
P.S.: levem um chocolate em vez das terriveis pipocas. Não faz barulho e a boca fica mais doce.

19 janeiro 2011

Sábado, dia de Teatro!

É verdade, já a muito tempo que não escrevo sobre o meu Teatro. Aos sábados à tarde lá estou eu de mochila feita para mais uma tarde, daquilo que me dá realmente prazer. Ser iniciado na arte de representar. Não me vou alongar em detalhes minuciosos sobre o ensino que tenho tido mas sim nas sensações, nos sentimentos. Desde que comecei as minhas aulas, um sonho de adolescente, que me tenho reinventado. No aspecto físico a barba e o cabelo cresceram. Sei melhor como enfrentar a vidinha, como alguém diria.
As tardes de sábado são uma outra parte da minha vida, para além da profissional, social. As tardes de sábado são a minha terapia. Esqueço todos os problemas que existem na minha vida, pelo menos os mais complicados. Todos os meus colegas e as minhas colegas me dão tanto que é impossível quantificar e qualificar, esse quanto. Só posso fazer uma coisa também, dar de volta. Temos um grupo fantástico de pessoas que querem aprender e acima de tudo que, gostam de representar. Essa coisa estranha que se vê nos teatros, nos cinemas e nas televisões. Perguntava o que custa estar ali e fazer, o que aquele senhor ou senhora, está a fazer? Custa e custa muito. E é o custar que me agrada. Esse custar gostoso, esse gostar de não sermos nós mas, outro. E quando somos o "outro", quando o fazemos bem, sentimos uma enorme alegria e um prazer extremo, por o termos conseguido. Ah! não me posso esquecer dos meus fantásticos professores, sem vocês nunca teria chegado onde estou. Termino com uma frase que me acompanhará para sempre. Está uma boa... merda!!!

17 janeiro 2011

You Know Where to Find Me

Carta de um condenado a morte

"Vou pelo passeio. Tomo o lado direito. Mais chegado a parede. Sim vou pelo lado direito da rua. As ruas aqui são todas iguais. Cada porta tem uma letra e não um número. Muitos andam na rua como eu. Eu sou um condenado a morte. Todos aqui o somos. Homens. As mulheres estão noutra prisão. Afastadas dos homens.
O meu dia está marcado, só que ainda não sei quando vou morrer. Alguém o escreveu numa folha de papel ou num programa informático de download gratuito chamado Destino.
Escrevo esta carta no chão da minha cela, com um dos dentes que me caiu enquanto aqui estou. Já está gasto de ser velho e das cartas que escrevo. Esta é a minha última carta. Todas as outras já se apagaram. Duram dois dias, três no máximo se tiver cuidado e saltar por cima delas. Mas esta é a última. O dente está gasto, e já não tenho mais. Todos os outros estão usados e partidos, espalhados pela minha cela. Eles foram as minhas penas com que escrevi as minhas cartas. Tanto para escrever. Amor. Ódio. Vida. Morte. O dente __ _ "

09 janeiro 2011

Tiago Bettencourt & Mantha - Espaço Impossível

Good Timing vs. Bad Timing.

Já ouvi e li muita conversa sobre, um bom timing e um mau timing. A meu ver quanto mais pensamos no assunto, mais nos arriscamos a ter maus timings. Eu falo por mim. Claro.
Vejamos. Qual o timing perfeito para me vir, quando estou a foder? Ok, a fazer amor...
Na teoria o timing perfeito será quando ela também estivesse pronta para se vir. Isto é na teoria. Na prática, e só com muita prática e bastante conhecimento do corpo dela, isso é possível. Não dispenso os preliminares, se bem que há alturas em que esses podem ser omitidos. Quando estou louco de tesão e ela também. Não há tempo nem paciência para pensar em aquecimentos e lubrificações. A adrenalina faz o papel que os preliminares deveriam fazer. É mais rápido e mais intenso. Sabe a pouco! Como disse gosto dos preliminares. Sexo oral como preliminar, um dos meus preferidos. Não se deve eliminar os preliminares se queremos obter um bom timing.
Parece que se perde tempo, a meu ver não. Assim o bed timing pode ser um good timing, e não um bad timing...

08 janeiro 2011

As Aventuras de Sir Monarch - #10

O avião levanta voo, com o barulho ensurdecedor dos motores a queimar o ar que se respirava dentro dele. Pelas janelas vêem-se os campos de Le Havre, e as nuvens cinza.
Sir Monarch, aproveita para saber mais sobre a sua passageira clandestina...
- Felicia... penso que posso trata-la assim, não?
- Claro que sim, Sir. Todas as pessoas me tratam assim.
- Fez bem em vir. Mesmo não se anunciando antecipadamente.
- Uma virtude Sir, uma virtude. Diz Felicia, rindo para o seu interlocutor.
- O que espera encontrar em Praga?
- O mesmo que o senhor, Sir Monarch.
- Está a pensar na menina Claire, suponho?...
- Sim, é claro que é nela que estou a pensar... Felicia desvia o olhar para uma janela.
- Diga-me, quem é você? O que a levou a seguir uma profissão tão arriscada como a sua?
- Eu...? Comecemos pelo inicio. Nasci em Buenos Aires. O meu pai é um cozinheiro argentino na reforma. A minha mãe nunca conheci. O meu pai não fala muito dela... Depois dos estudos em Buenos Aires, segui a carreira diplomática. Fui recrutada pela sua amiga americana, quando estagiava na embaixada Argentina em Washington. Simples.
- De facto. E não pensa em sair deste meio e procurar uma vida normal como todas as outras pessoas? Não deve ser fácil para si...
- Não quero nada mais do que tenho, Sir. O destino ainda não me disse que preciso de mais...
- Acredita no destino Felicia? Eu não acredito. Desculpe...
- Acredito sim. Tenho fé em Deus e acredito que o nosso destino está escrito algures.
- Felicia quando encontrar quem escreve o seu destino diga-me...
- Será demasiado tarde não acha?
- Depende de quem seja. O inferno não se compadece com virtudes mais ou menos moralistas...
- Hum... Se encontrar o Diabo... não tinha pensado nessa hipótese.
- Então pense. Eu com certeza que o irei encontrar. A minha vida pode ser tudo, menos moralmente aceitável para os bons costumes de um crente em Deus. Terei um lugar no inferno...
- Bom Sir... cada um vai para onde escolhe ir... não acha?
- Não Felicia. Há coisas que não se escolhem. É assim a vida.
- Parece que o entendo. Mas falta-me perceber... porque não pode escolher?
- Felicia... A resposta é simples... porque não quero.
- Parece-me Sir, que está certo... terá um lugar bem quentinho lá em baixo...

Linda Martini - 100 Metros Sereia

06 janeiro 2011

Ana Moura - Leva-me aos Fados

Black

Há coisas que não se explicam. Sentimentos que não ficam. Que fogem de mim depois deterem sido injectados nas minhas veias. Há sentimentos que se auto-destroem. Que com o tempo se eliminam. Que saem pelos poros da pele... Há sentimentos que deixaram de ser um sentimento. Passaram de um sentimento para outra coisa qualquer. Que eu não sei quantificar nem qualificar. Só sei que não existem.
Há sentimentos que não tenho, mas que existem. Um paradoxo. Uma parábola. A quadratura do circulo, talvez. Tenho sentimentos que não sei o que são, nem o seu tamanho. Mas sei que existem em mim. E como sei? Como pode um agnóstico, escrever o que eu estou a escrever...? Agora é altura certa para me lembrar de algumas pessoas... muito importantes para mim. Certas vezes não reparamos como essas pessoas são importantes. Há razões que a razão desconhece para que nos aproximemos de alguém, para que desejemos conhecer e partilhar. Poderá o futuro ser essa razão? O que elas nos dão no presente será reflectido para o futuro. E agora escrevo não por mim mas por vocês. Também eu fui importante para vocês? Também as minhas acções, os sentimentos que nutri e nutro por vocês, se reflectem no vosso futuro?
É com grande orgulho que penso que sim. Aliás tenho a certeza. Por vezes penso em vocês, e emociono-me só de pensar que estão como querem estar, á procura da felicidade. Essa vossa procura incessante pela vossa felicidade meus amigos é uma lição de vida para mim. Não tento ser como vocês porque é impossível, biologicamente e temporalmente falando. Eu sou eu. Menos egoísta, embora pareça. Mas como sempre, as aparências iludem...
Vou parar por aqui, porque o que estou a sentir é muito bom!

03 janeiro 2011

Constipado

Constipado.
Sem mel para pôr no leite.
Com o nariz a pingar, e de boca aberta,
Para respirar. Fungo como um bebé.

E os mimos? Não há.
Já não tenho idade para ter mimos.
Agora tenho que tomar, os comprimidos.
E esperar que a constipação, passe.

A minha voz está mais grave.
Falo com voz de constipado.
Pareço um Conde cheio de prosápia.
De peito cheio, todo enfadado.

E o resto? O resto...
O resto resume-se a um copo de leite
Com café. E torradas com manteiga e
Marmelada. Comida de Conde!

Rio-me de toda esta conversa.
Tudo uma treta. Sim uma treta.
Ao fim ao cabo, é só uma constipação.
Como outras tantas que já tive.

E o que me mata não é o vírus.
É o saber que depois desta vem outra.
E mais outra. E outra ainda. E mais.
E fico fodido, porque não gosto de me constipar.

Fico de mau humor, sem paciência.
Com as virtudes dos assassinos.
Com a moralidade dos burgueses.
Cheio de frio... e de lógica.

Xixi, cama! É para lá que vou.
Sonhar. Sem constipações.
Sem nada que me faça espirrar.
Coberto pelo quente dos lençóis.