26 novembro 2010

"A Gaivota" de Anton Tchekhov

Um dos textos que tenho entre mãos. Duro. Uma comédia para Tchekhov, que hoje em dia é considerado um drama. É curioso ver como os tempos mudam a maneira de interpretar a realidade.

"A Gaivota (em Russo Чайка, Tchaika) é uma peça de teatro do dramaturgo russo Anton Tchekhov (1860-1904). A peça foi concebida pelo autor como uma comédia, mas ela foi interpretada e é tida por alguns como um drama ou uma tragédia. O próprio Tchekhov chamou-lhe "uma comédia, três papéis de mulher, seis para homens, quatro actos, uma paisagem (vista para um lago), muitas conversas sobre a literatura, um pouco de acção, um toque de amor".
Tchekhov começou a escrever A Gaivota em outubro de 1895. Em dezembro de 1895, leu o texto a amigos, actores de teatro em Moscovo. O director do teatro, Kors, também presente, disse: "meu caro, isto não é para o palco!". Tchekhov ficou surpreso e reescreveu a peça. Informou-se sobre pormenores técnicos de encenação com Vladimir Nemirovic-Dancenko. Em agosto de 1896, a censura (todas as obras culturais na Rússia eram censuradas) dá-lhe carta livre. Tchekhov baseou-se no caso de Lika Mizinova para a figura Nina. Trigorin é inspirado em Ignatij Potapenko.
A Gaivota narra os conflitos de um jovem escritor. Os conflitos dos personagens criam uma ligação direta com o espectador ao mesmo tempo em que apresenta uma visão profunda de uma sociedade cada vez mais vulnerável aos males existenciais. A peça representa uma harmonia estética natural, algo incompatível com a frustração encarada pelo personagem central da trama. A poesia é um dos recursos mais utilizados.
A figura central da peça chama-se Treplev é um filho de uma actriz famosa, Arkadina, que ao apresentar sua peça ao ciclo social da sua mãe fracassa duas vezes: a sua peça rejeitada pela elite da arte e pelo seu amor, Nina, e por se ter apaixonando por Trigorin, famoso escritor namorado da mãe de Treplev.
Treplev é um hamlet da comédia, um escritor romântico cheio de mudanças de humor e em permanente conflito interior, ridicularizado ainda mais pelo contraste entre os seus ideiais utópicos e as roupas simples e ridículas que usa, como pretendido por Tchecov, para espanto daqueles que viam na figura de Treplev um herói. Quando ele se decide suicidar, ouve-se um disparo vindo do jardim. Na casa, todos ouviram o disparo e pressentiram o que se passava. É então que Dorn diz: "aquilo foi um frasco de éter que rebentou", uma passagem que siderou alguns dos encenadores.
A 17 de outubro de 1896, A Gaivota foi encenada pela primeira vez, no teatro Alexandre, em São Petersburgo. A peça foi vaiada e Tchekhov deixou o teatro em sobressalto, sem se despedir.No entanto, dois dias depois, quando foi encenada pela segunda vez, foi um sucesso."
in wikipédia

2 comentários:

Unknown disse...

esta peça esta a dar-nos "panos para mangas".. mas é de partir o coco a rir!! :) tirando o final que eu fikei :|...

oguardador disse...

Smile...
Gostei do comment. Fico a espera de mais.
Bjs