30 agosto 2010

Um segundo na minha vida

Um segundo na minha vida. Por um segundo na minha vida, perdi a consciência de mim. Nesse segundo da minha vida perdi-me. Esse segundo, que não foi um segundo, foi o caos na minha cabeça. Nesse segundo da minha vida, estava eu e o mundo. Sozinho, sem nada nem ninguém que me amparasse. Nesse segundo da minha vida, por um mero acaso do tempo e do espaço, estavas lá tu. Apareceste do nada. Como um ilusionista que aparece diante do público, mas sem truques. Não pensava. Era incapaz de formular qualquer tipo de raciocinio. Só sentia.
Até agora não entendo como apareceste do nada. E ali estavas tu, não quero entender. Deste-me o que mais ninguém me deu. Incondicionalmente.
Percebi pelos poucos anos de vida que tenho, que há coisas que não se questionam. Tu és uma delas. Estás acima da minha razão, do que sinto. Dos sucesso e fracassos. Dos egoismos e desejos. Da bondade e caridade. Da fatalidade e da vida. És. Existes...

Tento cheirar o teu cheiro

Tento cheirar o teu cheiro.
Alcançar o que deixas cair das tuas mãos.
Enquanto andas. E quase sinto os teus cabelos
Na minha cara.

Tento tocar a tua pele.
Fechar os olhos e sentir-te.
A pele. Respiro fundo.
Vivo o ar que entra em mim.

Tento tocar o teu coração.
Suavemente...
Levemente...
Sentindo o que dás.

Tento tocar o teu corpo.
Só. Mar. Céu. Terra. Fogo.
Uma brisa marítima. Um.
Irreal.

22 agosto 2010

A intangibilidade

Todos os dias estamos a ser testados. Quer seja pela paciência, pela forma como encaramos o medo, ou o amor. Como e porquê? Destino, Teoria do Caos, Lei da Causa/Efeito, ou simplesmente Vida. Quando somos testados, pomos em causa tudo em que acreditamos e somos. Tudo o que somos passa a ser um conjunto de factos arquivados na nossa memória, que se refaz para encontrar uma resposta pluasivel. Plausivel para quem somos. Para quem achamos que somos. Quando somos testados, quase sempre a outra parte, ou partes tambem o são. Essa incapacidade de entendermos o outro, o que sente e pensa, é o que normalmente se designa por "desconhecido", ou "intangivel". Ao tentarmos perceber como actuar e desenvolver uma acção, tudo o que nos é posto a frente pelo outro, faz com que o que somos, mude. Esta mutação parte das nossas convicções mais profundas, mais intimas. E com esta mudança, o nosso pensamento e a nossa maneira de agir e inter-agir muda. É depurada sempre que algo semelhante acontece nas nossas vidas. As certezas que temos adveem de situações decorrentes com semelhanças entre elas. Valorizar o teste. Não desvalorizo os testes que recaem sobre mim. Aliás valorizo os que entendo ter que valorizar.

19 agosto 2010

Entra na minha cabeça e pinta-a com cores

Entra na minha cabeça e pinta-a com cores.
Faz um arco íris cerebral. Arranha-me o cérebro
Com as tuas unhas. Latente.
Sopra um vento fresco para dentro de mim.

Faz-me explodir o corpo. Espalha-me pelo chão.
Apanha os pedaços de mim e junta-os.
Limpa o meu sangue do chão.
Uma gargalhada soltasse da tua voz.

O meu corpo tenta falar. De uma forma
Qualquer. Com um sentido uniforme.
Disforme. Perdido em convulsões e
Espasmos fisícos. Olhas atenta com a cabeça de lado. Esquerdo.

Tudo é pouco e demasiado.
O som do vento entra nos meus ouvidos.
Invisível o vento. A sua cor.
Sopra o vento…

15 agosto 2010

Agartha

Agartha ou Agarta, por vezes chamada de Agharta, seria um reino situado dentro da Terra, e, neste sentido, a crença em sua existência estaria associada às teorias da Terra Oca e à cidade sagrada de Shambhala.
Shambhala, não necessariamente entendida como um reino subterrâneo, no imaginário do budismo e do hinduísmo, dentre outros, acha-se associada ao axis mundi, ou eixo primordia mitológico de um povo ou cultura, sendo uma das oito cidades sagradas localizadas em quarta dimensão, como entende a tradição ocultista, baseada principalmente em textos do hinduismo, budismo e taoismo.
A partir desse reino mítico, um monarca chamado Melki-Tsedeq, ou Melquisedeque, governaria o mundo. Este misterioso personagem é citado na Bíblia (Gên. 14:18-20 e Heb 6:17-20 e 7:1-3). No Budismo tibetano crê-se que haveria canais de ligação entre Shambhala e o reino budista (no exílio na Índia desde a ocupação chinesa comunista de 1950) dos Dalai Lama.

A ocultista russa Helena Petrovna Blavatsky, que apresenta ao ocidente farto e rico material filosófico das escolas orientais no final do século XIX, associa Shambhala a um destino escatológico: seria o berço do Messias que apareceria para libertar a Terra antes do fim do Kali Yuga, ou ciclo de destruição de mundos. Tal reino seria mencionado nos Puranas, coleção atribuída ao Vyâsa ("compilador") Krishna Dwaipâya, autor do grande épico hindu Mahabharata, sânsc. Mahābhārata.
Em toda a Ásia Menor, não somente no passado, mas também hoje, acredita-se na existência de uma cidade de mistério, cheia de maravilhas, conhecida como Shambhala, ou Shamb-Allah, ou, entre os povos tibetano e mongol, Erdami. Na China, no panteão do taoismo, é considerada a residência da Mãe Sagrada do Oeste, que o budismo chinês depois associa a Kuan Yin ou Guan Yin, e o japonês a Kannon, divindade da misericórdia, advinda da representação indiana original de Avalokiteshvara, "O que olha para baixo" (em socorro dos seres), Cherenzig no Tibete.
O explorador polonês Ferdinand Ossendovski, no início do séc. XX, refere-se ao reino de Agartha, crença provavelmente inspirada na cidade mitológica de Shambhala, como um reino habitado por milhões de indivíduos, governados por Rigden Jyepo (tib.), soberano ou rei do mundo. No livro Bestas, Homens e Deuses, Ossendovski, que ouviu várias histórias ao viajar pela Ásia Central, faz referências a Agartha, mostrando que o povo oriental crê em tal fato, especialmente os tibetanos, mongóis e chineses. Toda a natureza se calaria para louvar o rei do mundo em suas manifestações no plano físico.
No final do século XIX, o marquês Saint-Yves D'Alveydre viajou pela Índia e arredores e ouviu relatos semelhantes, que registrou na obra Missão da Índia.

Entre as raças da humanidade, desde o alvorecer dos tempos, existe a tradição de uma terra sagrada ou paraíso terrestre, onde os mais elevados ideais da humanidade são realidades vivas. Este conceito é encontrado nos escritos mais antigos e nas tradições dos povos da Europa, Ásia Menor, China, Índia, Egito e Américas. Esta terra sagrada poderia ser conhecida por pessoas merecedoras, puras e inocentes, razão pela qual constitui o tema central dos sonhos da infância.
O caminho para essa terra abençoada, este mundo invisível, domínio esotérico e oculto, constitui a motivação principal e a chave-mestra de ensinamentos misteriosos e sistemas de iniciação. Essa chave mágica é o Abre-te, Sésamo! que destranca as portas de um mundo novo e maravilhoso. Os antigos Rosacruzes a designavam pela palavra vitriol, combinação das primeiras letras da frase vista interiora terrae retificando invenes omnia lapidem, para indicar que "no interior da Terra está oculto o verdadeiro mistério". O caminho que conduz a este mundo oculto seria o da iniciação.
Na Grécia antiga, nos Mistérios de Elêusis e pelo Oráculo de Delfos, esta terra celestial era chamada de Monte Olimpo e de Campos Elísios. Também nos tempos védicos primitivos era chamada por vários nomes, tais como Ratnasanu (pico da pedra preciosa), Hermadri (montanha de ouro) e Monte Meru, lar dos deuses no Hinduísmo.
A compilação dos Eddas, textos islandeses referentes à mitologia nórdica, também menciona esta cidade celestial, que ficava na terra de Asar, dos povos da Mesopotâmia, terra de Amenti do Livro Sagrado dos Mortos, dos antigos egípcios, a cidade das Sete Pétalas de Vixnu e a Cidade dos Sete Reis de Edom, ou Éden da tradição do judaismo. Em outras palavras, o paraíso terrestre.
Os persas denominam-na Alberdi ou Aryana, terra dos seus ancestrais. Os hebreus chamam-na Canaã e os mexicanos Tula ou Tolan, enquanto os astecas chamavam-na de Maya-Pan. Os conquistadores espanhóis que vieram para a América acreditavam na existência de tal cidade e organizaram muitas expedições para procurá-la, chamando-a de El Dorado, Eldorado, ou "Cidade do Ouro". Provavelmente souberam a seu respeito pelos aborígenes que a a ela se referiam como Manoa ou "Cidade Cujo Rei se Veste com Roupas de Ouro".
Para os celtas, esta terra sagrada era conhecida como "Terra dos Mistérios", Duat ou Dananda. Uma tradição chinesa fala de uma Terra de Chivin ou Cidade das Doze Serpentes.
Na Idade Média estava associada à Ilha de Avalon e à saga dos Cavaleiros da Távola Redonda, que, sob a liderança do Rei Arthur e a orientação do mago Merlin, empreendiam a busca do Graal ou Cálice Sagrado, símbolo da obediência, da justiça e da imortalidade, e que teria sido usado na última ceia de Jesus com os apóstolos e, após a crucifixão, contido o sangue do "golpe de misericórdia" dado pelo soldado Longino e guardado pelo devoto José de Arimatéia.
in"wikipédia"

09 agosto 2010

O sono que tenho

Fraco. Sinto-me fraco. E de uma fraqueza tão grande que ninguém a vê. E de uma tristeza tão triste que só eu a sinto. O sono que tenho é pouco comparado com a saudade. Escreve o que quiseres, desde que sejas honesto contigo mesmo. Algo que me ficou na memória. Estou sozinho entre estas quatro paredes. Eu e o meu Buda. Olho para ele a espera de que diga o que fazer. O que sentir. Olho para ele para que ele me faça ter força. A pouco tempo alguém me disse, lá em cima tens alguém que olha por ti. Uma forma complicada essa de olhar.
Eu sou simples, eternamente transparente. Uma virtude e ou defeito. Ou nenhuma das duas.

Por mim passa

Tudo o que passa por mim é tocado por uma infinita sabedoria e arte. Tudo o que passa por mim tem os sentimentos mais nobres. Tudo o que passa por mim é feito de pó. Tudo o que passa por mim neste momento é o infinito.
O infinito são.

03 agosto 2010

Piet Mondrian - Biografia

Pieter Cornelis Mondrian, geralmente conhecido por Piet Mondrian (Amersfoort, 7 de Março de 1872 - Nova Iorque, 1 de Fevereiro de 1944) foi um pintor Holandês modernista. Participou do movimento artístico Neoplasticismo e colaborou com a revista De Stijl.

Nascido em ambiente rural com clima de fazenda e sítio, Piet Cornelis Mondrian vinha de uma família calvinista extremamente religiosa. Seu pai, um pastor puritano, desejava que o filho seguisse a carreira clerical. A religião marcou o jovem Piet e o sentimento metafísico iria permear sua obra durante toda a vida, em maior ou menor grau.
Tendo um tio que trabalhava com pintura, interessou-se pela carreira artística, mas foi obrigado a enfrentar a visão ortodoxa da família, que via na arte um caminho para o pecado. Vê, porém, na possibilidade de dar aulas uma resolução ao seu dilema: prometeu ao pai estudar artes, tornando-se um professor.
Insatisfeito com o magistério, Mondrian sente a necessidade de libertar-se e estabelecer-se como pintor, mas teme enfrentar ao pai (que de antemão desaprovava a idéia) e a si mesmo, tal o peso de sua formação religiosa. Quando entra em contato com a teosofia, porém, encontra em seu ideário uma resolução para o problema: a doutrina pregava o trilhar de um caminho evolutivo pessoal e a arte encaixava-se neste caminho. O contato com a teosofia irá manifestar-se no trabalho de Mondrian e marcará sua vida profundamente daí em diante.
Piet Mondrian começou a sua carreira como caminhoneiro ao mesmo tempo que ia praticando a sua pintura. A maior parte do seu trabalho deste período é influenciada pelo naturalista ou impressionista. No museu Gemeente, em Haia, estão expostos vários trabalhos deste período, incluindo exemplares pós-impressionistas tais como "O Moinho Vermelho" e "Árvores ao andar". (O museu também tem exemplos do seu trabalho geométrico posterior).
Após entrar em contato com a teosofia, Mondrian passa por um breve período simbolista, mas que lhe será fundamental para que atinja a abstração. Este período costuma-se confundir com a radical abstração que caracterizaria o resto de sua obra, já revelando uma certa tendência à geometrização e à síntese da realidade. Além do pensamento espiritual calcado na busca de uma essência matemática e racional para a existência que caracteriza a teosofia, Mondrian também exibiu um interesse quase obsessivo pelo jazz – pela identificação de sua alegria contagiante com o ritmo irregular que, ele também, possuiria um fundamento matemático.
Em 1913, visitou uma exposição cubista em Amsterdão que o marcou profundamente e teve grande influência no seu trabalho posterior.
A partir de 1917 até a década de 1940 desenvolve sua grande obra neoplástica.
Essa fase de sua obra, a mais popularmente difundida, se caracteriza por pinturas cujas estruturas são definidas por linhas pretas ortogonais (o uso de diagonais induziria a percepção a ver profundidade na tela e motivou o rompimento de sua amizade com Theo Van Doesburg). Essas linhas definem espaços que se relacionam de diferentes modos com os limites da pintura, e que podem ou não serem preenchidos com uma cor primária: amarelo, azul e vermelho, decisão que mostra sua estreita relação com as teorias estéticas da Bauhaus e da Escola de Ulm, e que definem pesos visuais diferentes para esses espaços. O blocos de cor, pintados de modo fosco e distribuidos assimetricamente, reforçam a idéia de um movimento superficial que se estende perpetuamente, indicando que o pintor investia na percepção de sua obra como uma abstração materialista e sem profundidade, criticando a pintura histórica enquanto produzia uma abstração racionalista, espiritualista e sobretudo concreta do mundo. Sua obra, muitas vezes copiada, continua a inspirar a arte, o design, a moda e a publicidade que a apropriamcomo design, sem necessariamente levar em conta sua fundamental e filosófica recusa à imagem.
O seu quadro "Broadway Boogie Woogie", que pode ser visto no Museu de Arte Moderna de São Francisco, pertence à fase posterior ao Neoplasticismo, quando Mondrian se liberta das regras que ele próprio se impôs.
in "wikipédia"

Rammstein - Sehnsucht

Rammstein - Engel

Dive

02 agosto 2010

Tens um olhar doce e meigo

Tens um olhar doce e meigo. Um sorriso fantástico. E uma inquietação na pele, no pensamento. És como um livro. Por fora a capa, e por dentro as páginas. Não sei quantas páginas são. Mas é interessante ver-te revelar as páginas. E tentar ler, faltam-me os óculos. Vejo palavras difusas, que tento juntar racionalmente. Sondas-me o pensamento quando cada palavra sai da tua boca. Projectas as palavras contra o meu corpo, recebendo o seu reflexo. Quer seja ele corporal, emotivo ou racional.
Fico-me, hoje, por aqui. Ah! És feia...