31 agosto 2008

Tenho uma cama a minha frente

Tenho uma cama a minha frente.
Na cama estás tu, nua. Tapada.
Num quarto qualquer.
Numa cidade qualquer.

E outro eu que já não sou,
Destapo-te. Olho para ti.
Deito-me ao teu lado.
Abraço-te. Agarro-te.

Estás a minha frente.
O meu dedo percorre
A tua sobrancelha,
Até ao teu pescoço.

A minha mão puxa-te
De contra mim.
O teu cheiro e o meu,
O teu gosto e o meu.

Tenho um espelho a minha
Frente. Eu.
Na memória uma cama.
E tu deitada, nua. Destapada.

4 comentários:

frebelo disse...

Belo este poema.
Parabéns.

A. disse...

«...enquanto Foi preciso.»

*

Urban Cat disse...

Clap clap...
Fantástico.

Beijos

borboleta disse...

Amei. Não consigo arranjar outra palavra para adjectivar.

*