29 dezembro 2008

Biblioteca de Nag Hammadi

Biblioteca de Nag Hammadi é o nome dado a um conjunto de textos encontrados na cidade de Nag Hammadi, no Egipto, em Dezembro de 1945. Estes manuscritos totalizavam treze códices de papiro, escritos em copta, com capa de pergaminho em recipiente fechado. A descoberta foi feita por camponeses da região. Entre as obras aí guardadas encontravam-se tratados gnósticos, três obras pertencentes ao Corpus Hermeticum e uma tradução parcial da República de Platão. Estes textos também são conhecidos como Evangelhos gnósticos.
Os papiros encontrados em Nag-Hammadi são traduções de manuscritos antigos escritos em grego, a língua do Novo Testamento, facto constatado pois algums manucristos ali encontrados também o foram noutros locais, como o Evangelho de Tomé. As datas dos textos originais estariam entre o fim do Século I até o ano de 180 d.C., pois em 180, Irineu o bispo ortodoxo de Lyon, declarou que os hereges "dizem possuir mais evangelhos do que os que realmente existem". Em 367 d.C, por ordem do Bispo Atanásio de Alexandria, foram destruídos inúmeros documentos com tendências heréticas. O bispo seguia uma resolução do Concílio de Bispos de Nicéia, reunida em 325 d.C. Acredita-se que os manuscritos foram enterrados nessa época, por monges do Mosteiro de São Pacômio, que teriam ficado com os livros proibidos e escondido em potes de barros na base de um penhasco chamado Djebel El-Tarif. Ali ficaram esquecidos e protegidos por mais de 1500 anos. in "Wikipédia"

Teoria do Caos

Teoria do caos, para a física e a matemática, é a hipótese que explica o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos. Em sistemas dinâmicos complexos, determinados resultados podem ser "instáveis" no que diz respeito à evolução temporal como função de seus parâmetros e variáveis. Isso significa que certos resultados determinados são causados pela ação e a interação de elementos de forma praticamente aleatória. Para entender o que isso significa, basta pegar um exemplo na natureza, onde esses sistemas são comuns. A formação de uma nuvem no céu, por exemplo, pode ser desencadeada e se desenvolver com base em centenas de fatores que podem ser o calor, o frio, a evaporação da água, os ventos, o clima, condições do Sol, os eventos sobre a superfície e inúmeros outros.
Além disso, mesmo que o número de fatores influenciando um determinado resultado seja pequeno, ainda assim a ocorrência do resultado esperado pode ser instável, desde que o sistema seja não-linear.
A conseqüência desta instabilidade dos resultados é que mesmo sistemas determinísticos (os quais tem resultados determinados por leis de evolução bem definidas) apresentem uma grande sensibilidade a perturbações (ruído) e erros, o que leva a resultados que são, na prática, imprevisíveis ou aleatórios, ocorrendo ao acaso. Mesmo em sistemas nos quais não há ruído, erros microscópicos na determinação do estado inicial e atual do sistema podem ser amplificados pela não-linearidade ou pelo grande número de interações entre os componentes, levando ao resultado aleatório. É o que se chama de "Caos Determinístico"
Na verdade, embora a descrição da mecânica clássica e relativística seja determinística, a complexidade da maioria dos sistemas leva a uma abordagem na qual a maioria dos graus de liberdade microscópicos é tratada como ruído (variáveis estocásticas, ou seja, que apresentam valores verdadeiramente aleatórios) e apenas algumas variáveis são analisadas com uma lei de comportamento determinada, mais simples, sujeita a ação deste ruído. Este método foi utilizado por Einstein e Langevin no início do século XX para compreender o Movimento Browniano.
Pois, é exatamente isso que os matemáticos querem prever: o que as pessoas pensam que é acaso mas, na realidade, é um fenômeno que pode ser representado por equações. Alguns pesquisadores já conseguiram chegar a algumas equações capazes de simular o resultado de sistemas como esses, ainda assim, a maior parte desses cálculos prevê um mínimo de constância dentro do sistema, o que normalmente não ocorre na natureza.
Os cálculos envolvendo a Teoria do Caos são utilizados para descrever e entender fenômenos meteorológicos, crescimento de populações, variações no mercado financeiro e movimentos de placas tectônicas, entre outros. Uma das mais conhecidas bases da teoria é o chamado "efeito borboleta", teorizado pelo matemático Edward Lorenz, em 1963.
Efeito borboleta é um termo que se refere às condições iniciais dentro da teoria do caos. Este efeito foi analisado pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz. Segundo a cultura popular, a teoria apresentada, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. Porém isso se mostra apenas como uma interpretação alegórica do fato. O que acontece é que quando movimentos caóticos são analisados através gráficos, sua representação passa de aleatória para padronizada depois de uma série de marcações onde o gráfico depois de analisado passa a ter o formato de borboleta. in"Wikipédia"

15 dezembro 2008

Os laços que me laçam

Os laços que me laçam
Presumem nas suas exageradas
Prisões, que eu não sou livre.
Tomara as cordas de aço leve
E que penduram os sonhos vãos.

E com as ditas nas mãos
Passeio entre um lado e outro da rua.
Parado olho-os e faço nós.
Um passo. Desato o nó.

Reluzentes destinos. Ardentes caminhos
E alcoólicas mulheres que me embebedam
O espírito e saboreiam a minha carne.
Flutuo. Respingo o meu ser.

Desafio as cordas. Desata-me...

Inconsciente do segundo seguinte,
Da perdição emergente, da vil
Depuração. Irradia-me com a tua
Luz. Incandesce perto de mim
E reencontra o que desatei.

25 novembro 2008

E o querer é tão grande que posso não te sentir

E o querer é tão grande que posso não te sentir.
Traçam-se pequenos riscos como linhas a carvão
Por cima da minha imagem. Traçam-se linhas
Como as da palma da mão, as linhas da viagem.

E pungentemente me emociono com o todo.
Com Lisboa, com uma memória de um passado distante.
Um passado que é presente e futuro.
Uma emoção lirica e sistémica de mim.

Enquanto a máquina do tempo, o relógio,
Faz ecoar o ritmo dos segundos, eu
Abraço minimalmente tudo.
Uma experiência empirica de mim.

Afasto de mim as árvores, o mar, a terra.
Fico só no vazio. Eu e a matéria de que sou feito.
Sublinho a arte de viver. Resmordo a morte.
Vivo o pensar e a paixão. Beijo a sorte.

24 novembro 2008

18 novembro 2008

O encaixe

Certo dia em conversa com uma amiga, acabamos a nossa conversa a falar de encaixes. Gostei da maneira como falou da procura da nossa cara metade. A tal que nos encaixa na perfeição. Não é fácil existirem encaixes perfeitos há sempre umas folgas e umas arestas mais difíceis, que fazem dificultar o encaixe mutuo.
Realizei na minha cabeça um puzzle só com duas peças, mais ou menos complexo, que se poderia ou não encaixar na perfeição.

05 novembro 2008

Já escrevi aqui

Já escrevi aqui sobre amores, desamores, paixões e de traições. Já falei de dias, de noites. Do branco e do preto. Já escrevi sobre livros, sobre música, filmes e... tanta coisa.
Ainda não falei sobre as pessoas que cada vez me são mais indeferentes, não por eu querer mas porque elas assim o querem.
Também não falei aqui de temas sociais, nacionais e internacionais, de culinária e de touradas.
Não falei sobre a nossa herança nacional, seja ela qual for... ainda não falei sobre futebol.
Ainda não pus muitos videos. Tenho estado a ter aulas nesse campo.
Mas do que já falei e do que ainda falarei, tenho para mim a convicção de que nada merece ser apagado. Não gosto particularmente como os videos ficam numa página de blog. Esteticamente ficam muito melhor as palavras ordenadas de um verso ou poema. Mas não servem as coisas menos estéticas, as inestéticas, para contrastarem com as esteticamente mais redondas?
não serve o menos bom para ajudar a realçar o menos mau?
Não apago!
P.S.: Confesso que já apaguei posts e continuarei a apagar de certeza depois de os ter publicado. É a verdade meus amigos. A verdade.

Quebra

Parte-se um lápis, onde está o afia?
Rasga-se uma folha, onde está a fita cola?
Parte-se uma parede, onde está o cimento?
Corta-se uma árvore e nada a fará viver.

Por vezes, aquilo que se parte, que se estraga pode ser refeito. Mas a maior parte do que se estraga não pode ser consertado.
Debruço-me aqui mais um pouco sobre este assunto.
Muitas vezes o que se estraga não é estragado inadevertidamente, mas sim convictamente. É aqui que está o erro. A convicção. A certeza que ao realizar determinada acção, esta vai ter a consequência que queremos. Errado. Não se pode ter a certeza mas sim uma forte convicção de que tal irá acontecer. Uma quase certeza, sim.
Reli o que escrevi e falta muita coisa. Mas os pontos chave estão aqui, não vou refazer. Não quero apagar.

17 setembro 2008

Rosa

A rosa (Rosa spp) é uma das flores mais populares no mundo, cultivada desde a Antiguidade. A primeira rosa cresceu nos jardins asiáticos há 5.000 anos. Na sua forma selvagem, a flor é ainda mais antiga. Fósseis dessas rosas datam de há 35 milhões de anos. Cientificamente, as rosas pertencem à família Rosaceae e ao gênero Rosa, com mais de 100 espécies, e milhares de variedades, híbridos e cultivares. São arbustos ou trepadeiras, providos de acúleos. As folhas são simples, partidas em 5 ou 7 lóbulos de bordos denteados. As flores, na maior parte das vezes, são solitárias. Apresentam originalmente 5 pétalas, muitos estames e um ovário ínfero. Os frutos são pequenos, normalmente vermelhos, algumas vezes comestíveis.

Simbolismo:
Rosas: o secretismo (sub rosa), e, de certa forma, um símbolo pagão, ligado muitas vezes a segredos escondidos da igreja durante a Idade Média. A cada cor está associado um significado diferente, alguns desses significados estão listados em baixo:

Rosas Amarelas: amor por alguém que está a morrer ou um amor platónico
Rosas Brancas: reverência, segredo, inocência, pureza e paz
Rosas Champanhe: admiração, simpatia
Rosas Coloridas em tons claros: amizade e solidariedade
Rosas Coloridas, predominando as vermelhas: amor, paixão e felicidade
Rosas Cor-de-rosa: gratidão, agradecimento, o feminino (muitas vezes aparece simbolizando o útero (da mulher) em algumas culturas, como o gineceu está para a cultura ocidental)
Rosas Vermelhas: paixão, amor, respeito, adoração
Rosas Vermelhas com Amarelas: felicidade
Rosas Vermelhas com Brancas: harmonia, unidade

15 setembro 2008

E quando eu não te queria ver

E quando eu não te queria ver.
E quando eu não queria pensar em ti.
E quando a tua imagem caiu sobre mim,
Eu deixei de não querer e quero agora.

Deixei de dizer não. De dizer que não te quero.
Deixei por um momento que a verdade
Seja a realidade.
Deixei sem saberes, que tu fosses a desejada.

E penso, respiro, escrevo e vivo,
Neste momento efémero.
E tu, cega, surda e muda
És o anjo que me atormenta.

Aquela que me faz não querer.
Embora que por momentos
De tempos a tempos apareces
Para me fazeres querer-te.

31 agosto 2008

Tenho uma cama a minha frente

Tenho uma cama a minha frente.
Na cama estás tu, nua. Tapada.
Num quarto qualquer.
Numa cidade qualquer.

E outro eu que já não sou,
Destapo-te. Olho para ti.
Deito-me ao teu lado.
Abraço-te. Agarro-te.

Estás a minha frente.
O meu dedo percorre
A tua sobrancelha,
Até ao teu pescoço.

A minha mão puxa-te
De contra mim.
O teu cheiro e o meu,
O teu gosto e o meu.

Tenho um espelho a minha
Frente. Eu.
Na memória uma cama.
E tu deitada, nua. Destapada.

Pizzicato


28 agosto 2008

Cais das Colunas

As colunas já lá estão. Não sei explicar o sentimento por as ver lá, embora cobertas de lona e andaimes. Sinto que não estando lá, elas faziam no meu imaginário e consciente parte da minha cidade. Olhei, fui até ao meio das duas, mesmo ao longe senti a linha central que as separa e que corta a estátua ao meio na praça. E que avança Rua fora até se perder no Rossio.
O cais que foi utilizado no inicio da sua meninice, para a travessia do Tejo, ligando a margem norte a margem sul, partindo depois por comboio até ao Algarve, está agora a renascer.
Num outro sentido, mais esotérico, podemos afirmar que é a porta, a entrada para o átrio por onde se chega a Rua Augusta. Para se caminhar.

18 agosto 2008

Já respondi ao que ainda não me perguntaste

Já respondi ao que ainda não me perguntaste. As perguntas que me queres fazer, para ouvires as respostas que queres ouvir.
Ainda não perguntei o que queres que eu te pergunte. Por receio da resposta, decerto ainda não. Deverei ter receio da tua resposta? Se adivinho a resposta como poderei ter eu receio dela? Talvez por não ser a resposta que queira ouvir, decerto que sim. E se a resposta for diferente? Se for uma resposta diferente de todas as respostas que já imaginei?
Não sei.
O que sei é que me apetece perguntar. E com as várias perguntas que te posso fazer, a reposta que eu quero ouvir só caminha num sentido.
Por diversas vezes perguntei. Por outras tantas ouvi a resposta que não queria. A bem da verdade já ouvi, por diversas vezes tambem, a resposta que queria. Mas aqui não se trata de não saber com o que se conta. Pelo contrario, sei com o que conto, pelo menos penso que sei.
E é este pensar que se sabe que me impele para perguntar. Será que sei?
E é neste momento que entra a subjectividade do sentir. Quando dizemos que temos um feeling, uma sensação de que algo mudou, não podemos dizer que temos a certeza. Não é cientifico, somo nós que o sentimos somente. Por cientifico, tomem como real. Lá vem a ciência...
Bom, são estas dúvidas que me assolam, quando penso em ti, quando tomo o real que vejo e lhe adiciono a tua realidade. A tua realidade que imagino ser a tua. E aqui para que a equação tome forma e eu seja capaz de a concluir tenho que ter mais elementos na mão. A maneira mais fácil de os ter é fazer a pergunta. E qual será a pergunta acertada?

Consciência

Existe em nós mesmos uma coisa a que se chama consciência. O que é a consciência? No dicionário consciência significa:

do Lat. conscientia

s. f.,
verdade;
honestidade;
rectidão;
honradez;
conhecimento, ciência;
facto que produz remorso;
cuidado extremo com que se executa qualquer trabalho;

Psic.,
consciência do eu por si mesmo.

- moral: função da consciência que consiste na distinção entre o bem e o mal;
em -: de boa vontade;
meter a mão na -: examinar com atenção os próprios actos ou sentimentos;
objecção de -: acto de recusar servir como soldado;
voz da -: sentimento íntimo que nos avisa do que se passa em nós, dando-nos o conhecimento das nossas acções, aprovando-as ou reprovando-as.

Ora tomando por certo o que acima está escrito, podemos dizer que quando falamos em consciência, esta pode tomar muitos significados, dependendo sempre de como é usada.
Cada um de nós tem a sua realidade, o seu mundo. Ter consciência desta individualidade em nós mesmos é concerteza um degrau que se sobe na escada do conhecimento. Mas, atira-nos para um patamar de incerteza e dúvidas ainda de maior responsabilidade. Se temos consciência do nosso eu, como individualidade única, sabemos portanto que todos os outros tem o seu próprio mundo, a sua realidade única. Uma realidade onde os sentimentos a constroem e propagam.
Esta conciência do outro, enquanto ser que constroi uma realidade única e diferente de como acha que ela é, inconscientemente faz com exista uma inflexão no acto de olhar o outro.
E tomar essas dúvidas como boas é um caminho difícil de aceitar. Eu tomo esse caminho.

07 agosto 2008

Vem lavar-me os pés

Vem lavar-me os pés.
Com água morna e sabão.
Que a toalha na tua mão
Secará com a razão.

Estou a tua mercê.
Qual bicho para matar.
Em sítio árido e plano.
Sem abrigo ou dono.

Encontro água para beber.
Das tuas mãos o copo vem.
A sede morta por ti.
E morta vai. A água fica.

Só a água me mata a sede.
E tu matas e feres a sede que tenho.
E é com os pés lavados e sem sede
Que me recordo de ti.

Existe sempre qualquer coisa

Existe sempre qualquer coisa.
Uma coisa que... assim assim.
Uma outra que nunca.
E outra ainda que talvez.

Qualquer coisa que falta.
Uma insatisfação permanente.
Um sentir fugaz. Uma fuga.
Dificil equilibrio de pés.

Que salta. Que se corta.
Que se cola e se enrola.
E se come e mastiga.
Com os dentes todos.

São muitas as coisas que existem.
São algumas coisas que quero.
Uma que nunca, outra que talvez.
São todas reais. São qualquer coisa.

02 agosto 2008

Soube que nunca iria ser quem eu espero ser

Soube que nunca iria ser quem eu espero ser.
Soube pelas noticias que eu, nunca vou ser
Quem eu quero ser. Saiu nos jornais, na rádio
E nos demais... Eu soube...

E esta certeza é de longe o bem mais
Precioso que tenho de mim.
É aquilo, que me aconchega e liberta
Quando tudo cai. Quando me afogo.

Sombrio e triste avanço pela sombra
Do sol ao encontro do passado.
Ao encontro da noite que me faz
Lembrar o sorriso da tua boca.

De quem é a boca de que eu me lembro?
De nimguém que me ame.
Não me ama. Não existe.
Não vai haver. Sou nada.

24 julho 2008

Claro Céu

O céu está cada vez mais claro. Algumas nuvens que pairavam sobre mim desapareceram. Outras, por sorte, desaparecerão. E estou a saborear a calma do dia, a paz que existe no respirar fundo.
Vejo tudo com um olhar diferente. Um olhar real e possível. Tudo o que é, tem uma razão de ser. Não posso mudar a realidade exterior a mim, a realidade dos outros. Posso mudar a minha realidade e por consequência a realidade dos outros. A realidade dos outros vista pelos meus olhos.
A fraca audiência que existe na minha peça não me dilui a certeza do que tem que ser. Fraca sim, porque ainda assim existem alguns espectadores que tem um olhar atento sobre mim. E esses olhares fazem com que todos os dias aja com mais certeza e conviação na peça da vida.
Existem espectadores omnipresentes que tendo comprado bilhete não me olham frequentemente. São espectadores como os outros, de forma diversa, mas sempre espectadores.
E com o céu mais claro, pé ante pé, o palco é pisado.

22 julho 2008

Mordo os olhos para não te ver

Mordo os olhos para não te ver.
Escrevo com um lápis partido
Tudo o que te quero dizer.
Corro para ti deitado.

Presumo que será o ditado,
Qualquer entre muitos.
Já acrescido de faustos
E rogadas folias.

Empregue de piedosas penas.
Certo da certeza que tenho,
Como uma balança que pesa
A música e a dança.

Pelos imensos vãos escuros
Os relógios preduram.
Onde se escondem as horas,
Onde se encontram as palavras.

E sem um sentido com sentido,
Sem um passo certo,
Sem as ideias concretas.
As vezes mato as letras para não escrever.

15 julho 2008

E tudo o que o vento não levava

E tudo o que o vento não levava
Os rios não traziam.
Sobre as tábuas do sobrado
O pó dos teus sentimentos.

E o vento que os varria
Trouxe-os até mim.
Na minha pele se colaram,
Os poros fecharam.

E tudo o que o vento não trazia,
Ficou longe da memória.
Essa casa de recordações
Que os olhos cansados já não vêem.

Abre-se o céu.
Abro a boca dentro de água.
E um beijo intemporal do nada
Que irá ser, os rios irão trazer.

09 julho 2008

Abri a janela...

Abri a janela... já era de manhã. O sol ainda não estava no horizonte mas a sua luz iluminava o dia que estava para acontecer.
Puxei de um cigarro, como é habito só fumo á janela, e deliciei-me com o ar fresco da manhã. A meu lado só o lugar de uma presença invisível. O voo das andorinhas madrugadoras fez-me sentir uma paz interior difícil de explicar. O som dos passaros e da cidade que começa a acordar fez-se ouvir...

29 junho 2008

As Aventuras de Sir Monarch - #5

Sir Monarch senta-se numa cadeira. O seu interlocutor acende as velas de uma Menorah. Senta-se diante do seu convidado.
- Existe uma mulher que deves encontrar. Ela corre perigo.
Sir Monarch, com o sobrolho erguido atenta nas palavras que ouve.
- Sei que a deves encontrar e proteger. Tens várias questões para me fazer. Eu respondo-te a três. As outras vais ter que ser tu a descobrir as respostas. Nem eu sei. Estou aqui a titulo particular a pedido de um amigo comum... Monsenhor Jacob Wenger.
- Prossiga... disse Sir Monarch.
- Como já deve ter calculado este é um assunto delicado. Quem lhe pede ajuda conhece o seu trabalho. É essencial que este assunto fique entre portas fechadas. Espero que aceite o repto que lhe fazemos... não lhe posso adiantar muito mais irmão.
- Falta uma resposta...
- Sim. A mulher de que lhe falo é guardiã de um objecto que se encontra em perigo de cair nas mãos erradas. Tem aqui neste envelope uma carta com instruções mais precisas. Discrição é o que lhe pedimos.
- E quem devo encontrar?
- O seu nome... Claire Blanchefort.

26 junho 2008

Sintra, uma paixão

Desde à muito tempo que esta cidade me atrai. Em conversa com uma amiga que também está "enfeitiçada", dei por mim a pensar nas várias razões que me levam a estar apaixonado pelos diversos locais existentes na zona de Sintra.
Foi pela mão de Fernando Pessoa que tive uma nova visão da cidade. Ainda adolescente, o poeta regou a minha imaginação de uma Sintra mágica e telúrica. Vários são os locais que podem despertar consciências em Sintra. O monte da Lua, o coração da Sintra de que falo. A Quinta da Regaleira, com os seus caminhos perdidos. A luz de Sintra. Uma luz que existe mesmo não existindo. As estradas que nos conduzem a palácios e conventos que só ouvimos falar nos contos de fadas, são frescas mesmo no verão. Da serra irrompe um verde grandioso que nos contagia e nos ajuda a sorrir, a respirar melhor.
Para descobrir Sintra é necessário abrir a mente e o coração. Mãos à obra.

25 junho 2008

Ana Moura

Escutei a um par de dias atrás, na TSF, um entrevista deliciosa da fadista Ana Moura. Uma voz quente, tímida e sincera foi respondendo as perguntas do Carlos Vaz Marques. A hora, sempre a mesma.
Ficou-me na cabeça a dificuldade que tem em gravar com os auscultadores postos. De facto uma casa de fados é diferente de um estúdio de gravação, tendo gravado algumas músicas sem os auscultadores.
Disse que tem medo de andar de avião... quem não tem? Delirou quando em Nova Iorque viu alguém a ouvir o seu CD, antes de um concerto que ia dar.
Por último uma exelente tirada. Para ela a música tem que bater no corpo, para ser sentida. Ora aqui está uma metafora bem conseguida.
Eu já tenho CD. Exelente.

16 junho 2008

Panchina per pregare


Do Templo

Para quem quiser saber mais sobre a história da Ordem do Templo, como é habitualmnte conhecida aqui ficam possiveis leituras:

- O Sangue de Cristo e o Santo Graal, Ed. Livros do Brasil
- O Segredo dos Templários, Ed. Europa América
- Os Templários, Ed. Europa América
- Os Templários, Ed. Editorial Notícias
- A Missão Templária nos Descobrimentos, Ed. Nova Acrópole
- O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, Ed. Nova Fronteira

Foi...

Foi de repente. Foi de repente que o menino nasceu. Foi de repente que ele soltou o choro.
Foi de repente... Foi de repente quando lhe ensinaram a diferença entre o bem e o mal.
Foi de repente que ele cresceu. Foi tão de repente, que todos os repentes eram demais para
Ele viver. E também foi de repente que o menino pequenino se magou.
Foi de repente que o menino se apaixonou. E de repente soube o que era o amor.
Também foi de repente que soube o que era a desilusão. De repente...
E muito de repente, assim como a brisa se levanta, o menino soube o que era o horror.
E tão de repente, ou mais de repente ainda, o menino levantou-se da cadeira onde estava sentado. Abriu a porta, saíu de casa, foi até ao mar e de repente, depois de olhar horas a fio a sua imensidão... mergulhou para se matar. E assim de repente o menino morreu. E todas as coisas sucederam de repente... E a vida deixou o menino.

09 junho 2008

Como enterrar o bacalhau

Em primeiro lugar temos que comprar um espécime fresquinho, se bem que salgado também dá. Agarramos no dito e põe-se dentro de um saco plástico para que seja de mais fácil transporte. Coloquem um jornal no saco, de preferência um semanário, sempre tem mais páginas para servir de esquife. O local pode ser na praia, para ficar mais perto dos seus compatriotas, ou até num descampado. Usem a imaginação. Sitíos bem perto de onde vivem, mesmo nas cidades são ideiais para enterrar o bacalhau. Um buraquito das obras dos esgotos ou da tv cabo serve perfeitamente.
Agora vem a ciência do enterro propriamente dito. Sirvam-se do jornal, muito papel é preciso. Podem escolher as notícias de que gostam mais para que a coisa tenha um ar mais pessoal, não tão informal. Envolvam o bacalhau nas páginas do jornal de maneira a que fique bem coberto e sem entradas que possa evidenciar o seu cheiro. Agora com ele bem aconchegado pelo jornal, depositem-no no lugar escolhido. Não deitem fora o defunto, coloquem-no com delicadeza na sua morada final. Se puderem tapar o bacalhau podem e devem tapar. Se não puderem devido a ser um local de obras, rezem para que o bacalhau não seja encontrado por um trabalhador mais curioso. Afastem-se com parcimónia...
Agora sim está enterrado o bacalhau.
Nota: Hoje enterrei o bacalhau. Foi mais forte que eu. Deve ser da primavera...

05 junho 2008

Casacos vermelhos (...)

Casacos vermelhos, pelos
Ombros. De repente tocam
As trombetas para o assalto
Ao tempo que falta.

Inundam as ruas brancas
Da pedra. Correm sem querer
para um destino inconsciente.
Correm aos magotes.

Tropeçam e caem.
Os corpos a beijar o chão.
E em esforço levantam-se
E recomeçam.

Aos magotes pelas ruas da
Minha cidade, as pessoas
Correm sem saber para onde.
Parece que a guerra começou.

Parece que o mundo acabou.
Mas não se trata disso. Trata-se
Sim, de um simples minuto.
Um minuto na vida de alguém.

Pode ser a tua vida. Pode ser
A minha vida. A vida dela, ou
A vida dele. A nossa vida.
E qualquer coisa de cinematográfico
E teatral existe nas pessoas que correm pela cidade.

Representamos um papel. Significamos algo.
Queremos parecer quem pensamos que somos.
Mas de facto somos o que não sabemos que somos,
E o que somos realmente. Esse todo único e indivisível.

02 junho 2008

Obrigado TSF

Não é meu costume mas tem que ser. Não sei se por coincidência ou não, a TSF hoje está a passar música que me é familiar. Tenho no meu vodpod aqui ao lado, esta coisa onde estão os vídeos. Algumas músicas estão a passar agora. Bom faço questão de agradecer! Obrigado TSF! Coincidência ou não.
Nota: O programa tem por nome: A Idade da Inocência.

Pentium

De facto este fim de semana foi tempo de... PENTIUM!
Dá menos trabalho, é mais limpo, económico e dá um ar lavadinho...
Para quem ainda não experimentou, aqui fica o recado. Tipo... pentium e tal... A Sinead O' Connor que o diga! Acho que inventei uma expressão nova... as pessoas tipo... Pentium! E não, não é um Fiat Tipo com "intel inside". Alguém tipo pentium é tipo... alguém que tem o coração partido ( dual core inside) e que acelera e desacelera rapidamente. E é inteligente, esta parte é presunção minha, modestia á parte. Ah...! e azul!
Tu és tipo... Pentium, não és?! Ou então... Estás na tua fase Pentium? Atenção aos upgrades.
Nota: Cabelo com mais de um centimetro faz com que se perca a designação e se passe a chamar a pessoa em questão de... Normal!

Ás vezes caminho a pé para casa

Ás vezes caminho a pé para casa. Sabe bem caminhar e perder tempo a pensar. E não, não se trata de organizar ideias. Sinto e quero sentir mais. O caminhar com um cigarro na mão dá-me essa liberdade. Perder tempo para sentir. Só sentir. Sentir o que sou para os outros. E nada melhor do que imaginar uma situação extrema, para conseguir imaginar as reacções dos outros. E aí... aí não me engano. Talvez seja um exercício egoista. Sei assim o que poderiam os outros ver que sou. E de facto sei o que sou.
Sei perfeitamente o caminho, as linhas que delimitam as bermas. Sei-o pelo que sinto. Pelo que sei e soube. Tomara saber amanhã.

Qualquer rosa com espinhos

Qualquer rosa com espinhos.
Uma boca como a tua.
Um coração como o teu.
Um abraço meu.

A indefinição que sinto.
Reprimo o coração.
Ponho no alto a razão.
Distancio-me de ti.

E para sempre sei
Que o desejo e a mentira
De te ter, não é mais
Do que um sonho.

Um pôr do sol que não existe.
E assim triste e alegre,
Fico de pé, ao vento
A olhar o nada que és.

Puxa-me uma força

Puxa-me uma força. Pairam sobre mim sentidos. Cheiros. Energias. Talves seja intervenção divina ou só mesmo a minha cabeça a destrinçar e a etiquetar sensações. Talvez seja só o aproximar do calor. Da luz solar que tanto aprecio. E do mar. De facto sempre gostei do verão. É uma época que me altera o humor. Talvez por isso veja, e seja visto de maneira diferente.
Sinto que alguma coisa aconteceu. Ou várias. Em quem me é próximo, ou mesmo em mim. Só que ainda não sei o que... Sei que posso nunca saber. Mas o facto é que sinto. Só espero que se de facto alguma mudança se deu ou dará, seja benefica. Que seja inócua.

31 maio 2008

Amy Winehouse

Para uma exelente cantora, inteligente e culta musicalmente; aqui fica a minha vênia para o que nos deu, dá e dará.
"All sins are from earth. All miracles from eaven. Amy is from the stars."

29 maio 2008

Impressiono-me com o tempo que foge por mim

Impressiono-me com o tempo que foge por mim.
Com as imagens em papel largo que passam
Em volta do meu corpo físico.
Como se de grandes cartazes se tratassem.

E não vejo a hora de os rasgar
Ou que os retirem de circulação.
São imagens que relembro difusas.
Esbatidas. Entre nitidas horas.

Foge por mim. E não de mim.
Ladeia-me. Circunda-me.
Envolve-me. E o tempo não é
Senão, mais nada que imagens.

O tempo passado. O presente,
É nitido. E sem braçadeiras nunca irei
Saber como nadar nele. Mas nunca
Me afogarei.

Parece que ainda não sei viver
Nas águas do tempo de hoje.
Retiro-me para terra.
Retiro-me do tempo.

26 maio 2008

Uma pedrada no charco

Uma pedrada no charco. Um silêncio prolongado. Extremos. Estou numa fase de extremos no que concerne ao meu psico-social. Não é nada fácil gerir esta coisa do oito ou oitenta. Mas já estou habituado. E parece que quem me conhece, bem, já não estranha esta minha montanha russa do meu eu social. Esta manifestação de calma e euforia, mantem-se por menos ou mais tempo, consoante a predesposição para aturar ou não as pessoas que me rodeiam.
Estou numa fase calma, que já vem de algum tempo atrás. Calma externamente, em ebulição constante internamente.
E prontos...

23 maio 2008

Um olhar, um aceno.

Um olhar, um aceno.
Um sorriso retribuido.
Um olhar de surpresa.
Um sorriso inocente.

E entre o céu e a terra que nos separa,
Esse sorriso deu-me força para saber
Que só eu posso dar os meus passos.
E dou. E caminho.

Querendo que sejam curtos e lentos.
Apressados e em corrida.
Infinitamente alegres!
Esse sorriso caiu do céu.

Quando o céu não existia.
Quando não existia o saber
Que ias sorrir. Sorriste.
Sorriste pelo meu sorriso.

17 maio 2008

As Aventuras de Sir Monarch - #4

Enquanto o carro percorria florestas e pequenas vilas, Sir Monarch pensava só numa coisa. Tentar escapar. Sabia que não seria fácil escapar de uma situação tão complicada. O melhor seria aceitar o que o destino lhe reservara. Pelo menos até o carro parar. Nessa altura decidiria se a fuga seria o caminho a tomar.
O carro começa a abrandar a velocidade. Pára em frente a um portão alto. Depois de breves segundos o portão abre-se. O carro precorre uma estreita estrada de terra batida. As luzes do carro e a lua iluminam o que vê. Nem uma palavra dos ocupantes até aquele momento. A viagem tinha durado um par de horas. Vislumbra ao longe um palacete. A sua viagem estava prestes a acabar. O carro pára.
- Pode sair, Sir. Deixe a bengala, a porta está aberta. Entre e suba até a biblioteca. Lá estará a sua espera quem lhe quer falar.
Neste momento Sir Monarch, sabia que não conseguia fugir. Se o tentasse decerto não iria muito longe. Decidiu entrar.
Sobe as escadas em caracol. Passa a mão pelo corrimão de madeira. Uma porta aberta e a luz que dela saí fazem-no parar. A biblioteca.
Entra, passos curtos e ouvidos atentos. Paredes forradas de livros. Lareira e vários cadeirões espalhados ao redor de uma mesa recebiam-no.
- Sejas bem vindo. Considera esta a tua casa.
Um homem de média estatura encostado á janela, de braços cruzados, esperava por ele. A luz da lareira não lhe permitia ver de quem se tratava.
- Boa noite. Não me parece que o conheça... mas você sabe quem eu sou. Porque me trouxe aqui? Quem é você?
O vulto saí do escuro e revela-se. Um homem de batina e colarinho branco, calvo e de pele branca. Aproxima-se de Sir Monarch e fita-o. Frente a frente.
- Tenho uma coisa para te dar. Esquece todas as perguntas que tens para fazer. Escuta o que te vou dizer...

08 maio 2008

Agora só falta mesmo ouvir

Comprei uma mão cheia de cd's. Lembro-me da Ana Moura e Ravi Shankar. Ah, já fui bisbilhotar os outros... um Best of dos Sétima Legião, outro Best of da Nina Simone, Arcade Fire e Grinderman. Não sou apologista do download desmesurado de músicas pela internet, embora tenha alguma coisa, o que gosto mesmo de ouvir são os originais. Não é só pelo som, embora não note diferença na maior parte. É sim pela caixa, pelos apontamentos, pelas fotos. Pela possibilidade de emprestar o cd dentro da caixa. Um objecto único, diferenciado.
Estive quase para compra o Oito, dos Rádio Macau, e o último dos Da Weasel. Ficam na lista.
Agora só falta mesmo ouvir.

06 maio 2008

De facto o tempo já vai longo

De facto o tempo já vai longo desde que postei pela última vez. Sei que estou em falta para quem me lê. Esta pausa, não foi planeada mas sim fruto da ausência de vontade de escrever. Ausência que me retirou só para os pensamentos. Por vezes temos que deixar de escrever para saber o que queremos escrever. Ou pelo menos ter vontade de escrever, porque saber de antemão o que irei escrever não é certo. Não me apetece escrever sobre nada em especial mas tenho muita vontade de escrever. Não ordenei ideias, não resolvi qualquer problema que tenho, tudo está na mesma. Só a vontade de escrever voltou. Não consigo escrever sem vontade. Não consigo escrever sem vontade, como o pintor não consegue pintar sem tintas ou como o escultor não esculpe sem o macete e o escopro.

10 abril 2008

As Aventuras de Sir Monarch - #3

Passo certo. O som da bengala no chão ecoa nas paredes dos prédios. Um som que se aproxima. Passos. Que chegam cada vez mais perto. Sir Monarch não olha para trás. Mantém o passo. O som atrás de si está cada vez mais perto. Sir Monarch olha a rua a espera de encontrar refúgio. Nada. Vira uma esquina e aguarda que o som se aproxime cada vez mais para o enfrentar. Da sua bengala retira uma faca pontiaguda que lhe serve de defesa nas alturas certas.
- Sir... não seja idiota. Estou armado. Se me acompanhar nada de mal lhe acontecerá. A voz está perto, mesmo ao virar da esquina. Sir Monarch sabe que se tentar fugir é o mesmo que levar com um tiro pelas costas, e a sua faca nada pode contra um revólver.
- Muito bem. Não tentarei nada. Na sua cabeça latejava uma pergunta. Como me encontraram...? Tudo tinha sido planeado ao mais ínfimo pormenor para que no dia a dia ninguém soubesse ou suspeitasse quem era ou o que fazia.
- Sir Monarch... começe a caminhar no sentido do rio, por favor. Obedeça, não se vire e tudo correrá bem. Sir Monarch caminha com a arma encostada nas suas costas.
- Posso saber do que se trata esta brincadeira? Perguntou Sir Monarch ao seu perseguidor.
- Saberá a seu tempo e garanto-lhe de que não se trata de uma brincadeira. De momento só estou autorizado a dizer-lhe que alguém do seu passado lhe que falar.
Continuaram a caminhar até entrarem num carro que os aguradava perto do rio. O carro arranca...

07 abril 2008

Passam vários segundos desde que adormeci

Passam vários segundos desde que adormeci.
Desde que fechei a porta, mais outros.
Comi e bebi, e horas passaram.
Caminhei e li, olhei e ouvi.

Desde que me sentei. Desde que senti.
Passam vários minutos desde que eu te vi.
Desde que te abracei.
Desde que me perdi por ti.

Passam várias horas e dias.
E anos. Desde que nasci.
Passa o tempo por mim.
Desde que sofro e amo.

E vivo meu amor...
Vivo porque o tempo não é nada
Senão uma longa espera.
E eu espero. Durmo. Sem contar o tempo.

24 março 2008

As Aventuras de Sir Monarch - #2

Miss Templeton senta-se com a ajuda do criado.
- Por favor traga-me um Dry Safari.
Sir Monarch olha para a sua pele sedosa e alva. Cabelo loiro platinado, lábios finos com batôn vermelho. As alças do vestido preto realçavam os seus delicados ombros.
- Espero que tenha feito boa viagem...
- Sim. Estou um pouco cansada, nada que uma boa noite de sono não cure.
- Eu sei que a viagem de Nova York até Londres é penosa. Mas vamos ao que interessa Miss Templeton. Traz novidades?
- Sim. O que temia é verdade. Lamento.
Sir Monarch, descruza as pernas e senta-se direito na cadeira. Olha-a nos olhos e segura na sua mão.
- Sabe, Miss Templeton... já esperava por essa resposta. Não queria acreditar, mas já suspeitava.
Como está o Sr. Brown? Espero que tenha gostado do vinho que lhe levou... um Porto exelente!
- Acredite ou não está a guarda-lo para o natal!
A missão de Miss Templeton terminou. A noite foi passada na mesma mesa até o clube fechar. Os criados já arrumavam as cadeiras e as mesas, fechavam a caixa quando Sir Monarch deu pelas horas.
- Miss Templeton está na hora. Vou mandar o meu motorista leva-la ao hotel. E não se preocupe que amanhã irá leva-la ao aeroporto.
- Muito obrigada, Sir.
- De nada. Estarei sempre ao seu dispôr, se vier a Londres contacte-me.
Miss Templeton acenou que sim e levantou-se. Sir Monarch instruiu o seu motorista para a levar directamente para o hotel e regressar a casa.
- Ah! Miss... verá que no porta luvas tem uma surpresa... o costume. E com um gesto o indicador bateu continência. Miss Temleton sorriu...
O criado trouxe os pertences de Sir monarch que saiu pela porta da cozinha, não fosse estar a ser vigiado. E sem motorista, nunca fiando.
A noite estava fria. Fria demais para um italiano.

23 março 2008

As Aventuras de Sir Monarch - #1

O carro parou em frente ao prédio. O motorista abriu a porta de trás e Sir Monarch saiu. Tinha começado a chover e o ar estava cinzento. Pouca luz na rua, embora ali, dois candeeiros iluminassem a porta.
Subiu dois degraus e tocou a campainha. Abre-se o postigo e a porta quase imediatamente. Um criado recebe o seu sobretudo, as luvas, o chapéu e a bengala. Nada disserem um ao outro.
Sir Monarch para em frente ao elevador. Piso 23. Pede para que o levem. Fato preto com sapatos italianos, camisa branca, com uma gravata preta.
Piso 23. Sir Monarch está no clube. O chão é revestido por quadrados pretos e brancos. O mármore dá um ar limpo ao sítio. Candeeiros nas mesas, e um imenso lustre dão luz á sala.
A música do piano cruza-se com o fumo dos charutos e do tabaco.
Senta-se. Pede um café. Tira o seu cachimbo, acende-o, e começa lentamente a dar algumas baforadas para o acender. Uma prenda que um amigo lhe oferecera em Florença.
Olha para a sala, roda a cabeça devagar para ver quem está. Acena e anui em cumprimentos.
Ela está atrasada. Não era seu costume atrasar-se. Tira o relógio de madre pérola do seu bolso e abre-o. 21:30. Pede um malte. Descruza as pernas e volta a cruza-las. Olha para o pianista enquanto bate com o cachimbo na mesa, seguindo o ritmo.
Sente que ela chegou. Alguns olhares e sussurros na sala anunciaram a sua presença.
- Boa noite...
- Boa noite Miss Templeton.

22 março 2008

Há uma coisa que tenho...

Há uma coisa que tenho e que só vou perder com a morte. O sangue.
O combustível que acciona as válvulas do meu coração.
O líquido que põe o meu corpo em funcionamento. A funcionar.
Se não for derramado irá secar, como as folhas secam nas árvores.
Esse espesso líquido vermelho que me dá vida. Da côr das rosas.
Flores tão belas como nunca vi outras assim. E cheiram bem...
Já recebi rosas. Não me lembro da côr, deviam ser brancas ou amarelas.

18 março 2008

Foi de repente

Há coisas que se sentem.
Há amores que se dizem.
Há amores em segredo.
Há segredos de amor.
Há amores que doem.
Há amores que acabam.
Há dores que destroem.
Há dores que acalmam.

Foi de repente que me deu a vontade de gostar de ti. Foi de repente que me perdi... e surpreso com o que me acontecera, como também para ti. A distância que temos, essa é inerente. Foste e és o que tens que ser. O carinho mantem-se, como sabes.

16 março 2008

Pintado de fresco

Hoje falei com quem não falava já a muito tempo. De todos os sentimentos que tive, depois de pensar, retirei algumas conclusões.
Não se pode apagar o passado. Sou ingénuo. Já não fazes parte da minha vida.
Temos as nossas razões para que não nos falemos mais. A vida é aquilo que fazemos dela. E a minha fui eu que a fiz. Com muitos erros...
Deixei de te amar com o tempo.

09 março 2008

More time to do less

More time to do less.
I have less time to do more.
Red dragons, white fairies,
Stare at me as i walk the walk.

I feel at ease walking trough
Those streets at night.
Not even the cold wind
Can break my thoughts.

Simply and elaborated
Ones, as i walk the walk.
Passing by some other souls,
Choosing the ones, I am fond of.

Wondering if some of them have
Seen mine, discreetly, my eyes
Start to follow other people eyes.
My mouth is still closed.

03 março 2008

A surpresa

Peguei no que tinha sobrado do meu chocolate e dei-lhe. Ficou atónita. Agora surpreendeste-me, disse ela. E como foi bom ouvir aquela frase. Uma frase que sabe sempre bem ouvir, tanto mais quando a intenção era para além de surpreender, de mimar. Deu resultado. Os amigos mimam-se.

02 março 2008

Cometo erros. Sou humano.

Cometo erros. Sou humano. Tento não os cometer, mas ás vezes lá sai um da cartola. E a sensação de cometer um erro, posso dizer, não é muito agradável. Qualquer que ele seja, de que espécie seja, o erro é sempre um erro. Qualquer coisa que vai contra o que desejavas que fosse.
E afasto-me. Não o devia fazer, devia encarar o erro. Assumir. Esta é a parte mais difícil. Vergonha. As vezes os erros pintam-nos a cara de vergonha.
Tento lidar com a situação o melhor que sei. Sou um parvo e estúpido, quando isso acontece.
Alguém tem que dar o primeiro passo para se falar sobre o erro. Ele está dado. Já assumi a minha culpa. Agora é andar em frente, porque a amizade é única. E Amigos tenho poucos.

25 fevereiro 2008

Three Sides


A sensação de ter sido perdido

A sensação de ter sido perdido.
De ser um qualquer objecto
Que se afundou com um
Qualquer barco a deriva.

Parece que o mar não tem fundo.
A imensidão de água faz-me pensar
Que estou no espaço sideral.
Mas sem estrelas para contar.

Tomara que houvera batido
No fundo do mar, na areia
Branca. E suavemente
Imobilizado pela terra.

Perco-me em horas e segundos.
Saltando os minutos para que
Ao saltar, os possa guardar
Para mim. Somando-os.

19 fevereiro 2008

As fragrâncias que cheiram bem

As fragrâncias que cheiram bem
Tomam o meu cheiro por refém.
Elas fluem pelo ar natural
Intimando cada um de nós a cheirar.

E como o sinal do sino,
Como o trovejar do trovão,
As fragrâncias que cheiram bem
Entranham-se corporalmente.

Cheiremos. Cheiremos o cheiro
Da noite, do mar, do amor...
De costas voltadas para o belo
Resta-nos cheirar a sua pureza.

Resta-nos sentir o que não podemos negar.
Conquistar os caminhos das framboesas.
Passear os pés pelo campo e absorver
O cheiro cultural da terra lavrada.

11 fevereiro 2008

Uma silhueta elevada

Uma silhueta elevada.
Força estática. Parada.
E um momento é o tempo.
És a preto e branco.

Uma estátua com vida
Que dança pelo palco.
Um corpo humano que
Respira e se mexe.

Simplicidade, calma.
Uma estética.
Olho para ti e vejo
O devir que és.

Para além de tudo és.
E soltas o corpo.
Danças.
Serves o corpo. A vida.

05 fevereiro 2008

Lembro-me do trigo amarelo...

Lembro-me do trigo amarelo
Junto á estrada.
Tira-me a cabeça.
Arranca-me esta caixa de memórias.

Lembro-me da figueira no quintal.
Das pedras do seu muro, e da porta
Enferrujada que dava para o poço.
Lembro-me do calor.

Apetece-me um...
Venho acabar este poema
Depois de apagar o cigarro
Que vou fumar.

Passaram mais ou menos cinco
Minutos. Mais ou menos.
Sonho. Escrevo o que vou fazer.
Morro. Um truque.

Toma este recado pomba

Toma este recado pomba.
Toma as letras no bico.
Toma esta cruz pomba.
Sê a mensageira da tristeza.

Voa para lá pomba.
Longe da vida pomba.
Larga por aí o recado.
Encontra quem o leia.

Vai com graça pomba.
Com estilo e vigor pomba.
Castiga-me com o teu voar.
Impedem-me de ficar.

Leva este recado pomba.
Fala de mim pomba.
E depois de voares vai para o céu,
Para onde todas as pombas vão.

03 fevereiro 2008

John Cage - 4'33''

Já devem ter reparado que tenho alguns videoclips novos aqui na barra do lado esquerdo. Pois bem vou falar de um compositor sobre o qual já falei anteriormente. Exacto John Cage.
Já devem ter ouvido falar na composição que ele escreveu para orquestra em que não se ouve uma única nota. Aparentemente, ele escreveu esta peça porque tem a duração de 4 minutos e 33 segundos, o que prefaz exactamente 273 segundos. Agora se eu lhes disser que o zero absoluto é -273 oC.
O zero absoluto é uma medida física e quando acontece a matéria não liberta energia nem recebe.

31 janeiro 2008

Linha ___

Linha ______________________
Mais uma ___________________
Eme escrito numa ______________
MMMMMMMMMMMMMMMMMM

E como se banha uma criança que agora nasceu
Tomamos os pregos e perfuramos o nosso corpo.
Queremos ver o sangue, a vida que temos em nós.
Indecentemente rogamos para que não morramos.

Linha___________________
Outra linha_______________
A escrito numa outra linha_____
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Rasga-me o cérebro. Destroí-me. Dilacera-me a pele e a carne.
Os músculos. Sopra para mim o vento da morte.
Faz-me estátua da noite. Príncipio do capítulo final.
Instala em mim o odor fúnebre da pirâmide.

28 janeiro 2008

A minha cigarreira é preta

A minha cigarreira é preta.
A minha cigarreira é pesada.
A minha cigarreira é o sítio
Onde guardo os cigarros.

A minha cigarreira, está vazia.
Oca. Sem os canudos de erva
Seca. Sem os filtros. Sem o cheiro.
A minha cigarreira é fria.

E depois é preciso ter cigarros
Para a encher. Dezoito.
Nem mais, nem menos.
Menos dois do maço.

A minha cigarreira não a uso!
A minha cigarreira não se usa
Só porque sim! Ela usa-se para
Guardar o que se fuma.

E agora não uso a minha cigarreira.
Já a usei. Muitas vezes. Quando era
Uso fazer uso dela.
Para me lembrar de ti.

Fora com a minha cigarreira!
Por acaso está na minha secretária,
Perto do alcance do meu olhar.
Sei que está ali, mas não.
Não te vou por dentro do meu bolso.

Nego-a, sempre que a vejo.
Desejo-a sempre que a vejo.
E como uma onda do mar
Salgado que se espraia na praia,
A minha cigarreira é um presente do passado.

27 janeiro 2008


Jean Michel Jarre

Aqui fica uma música de um dos meus músicos perferidos. Não me vou alongar na sua biografia mas aqui ficam alguns dados. Começou a sua carreira em 1971. É filho do compositor francês Maurice Jarre. É embaixador da Boa Vontade na UNESCO. A música que aqui vos dou para ouvir chama-se "Revolution" e tem a meu ver um travo a critica social. Ouvir para além do óbvio...
Boa música

22 janeiro 2008

Imaginética sobre tela

Vou tentar uma aproximação a uma qualquer teoria de que não sei o nome, mas que de certo já terá sido inventada por alguém. Descrever um quadro por palavras não é muito fácil, sendo que o quadro ainda não está pintado. Então vejamos, temos uma tela branca, quadrada 30x30cm. A ideia não é pintar a tela inocente e virgem mas antes de tudo o mais, desflora-la e dar-lhe o sentido vivêncial que pretendo. Como o fazer? Fácil. A dita tela terá que ser furada, rompida ou até mesmo aberta. Para se fazer o dito orifício na tela, o tamanho do mesmo fica a cargo da ambição de cada um, terei que encontrar o objecto que fure.
Tendo a tela furada como ponto de partida tudo está agora na mão e na cabeça do pintor.

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Tenho uma ideia que gostaria de colocar em prática. Necessito de uma tela no minímo de 1.50x1.50m. Comprar alguns itens que deverão ser colados na tela, será o próximo passo. A minha primeira inclinação será de usufruir da cultura hiper-mercantilista, e comprar uma garrafa de xarope de cafeina, outros produtos pereciveis mas embalados e estanques para que a obra perdure o máximo de tempo possível.
Depois de tudo ensacado, mão á obra...
Colar, pregar, atar, pintar, tudo serve para que a obra... et voilá.

21 janeiro 2008

Que doentia demência tenho eu?

Que doentia demência tenho eu?
Uma inoperatividade. Um crash.
Um sem gasolina pá.
E uma lucidez tremenda.

Todas as fantasmas pairam
Na minha cabeça.
As ninfas, as musas.
Todas as mulheres fatasmas.

Credo meu feliz papel...
São todas reais.
Ai que luz!
Olho as minhas mãos.

Credo minha amarga paixão...
Que te escondes por entre
As paredes de qualquer coisa
Parecida com um corpo.

20 janeiro 2008

Ouve o exterior

Ouve o exterior.
Ouve o exterior.
Demite-te de ouvir o interior.
Destitui-te desse cargo só teu.

Albarda-te de outra forma.
Não comas palha que te faz mal.
Come antes couves. E bebe muita água.
Vê por onde vais.

E se a uma fonte chegares,
E água quiseres beber
À frente dos cantaros vais passar.
Sorte de burro!

Olha para a frente...
Olha para a cenoura.
Mas não a comas.
Se a comeres deixas de andar.

16 janeiro 2008

Olho-te e não te vejo

Olho-te e não te vejo.
Fecho o coração.
Falo palavras.
Olho-te e não me vês.

Quero-te e não te tenho.
Sofro um não sofrer.
Balbucio uma tese.
Caminho a direito.

És um ser representativo
De qualquer coisa natural.
Um sentimento primário.
Que escondo de mim.

E quando me olhas, eu sinto.
Fechamos os sentimentos.
Cobardemente caimos.
Estoicamente respiramos o ar.

E como tudo, é negro

E como tudo, é negro.
Como breu.
Escuro da côr do preto.
Vácuo e eu.

Uma imagem fotográfica.
Um dormir de olhos abertos.
Com a percepção de mim.
E do vazio à minha frente.

E respiro, e olho, e nada.
Sinto a minha garganta.
Sei onde está a minha cabeça.
Paralelos sentidos.

Possuído por querer saber.
Irei adormecer...
Com o corpo esticado.
Inacabado o meu eu.

Regarde la mer


14 janeiro 2008

Merde (substantivo francês que cheira menos mal... e que é perfumado).

Estou a passar uma fase de verdadeira merde (substantivo francês que cheira menos mal... e que é perfumado). Estou numa fase dificil, só me apetece desaparecer, e não é só porque já me deste com os pés, no sentido figurado claro, que eu estou assim. Não é só mas também, mas descansa que não me vou lamentar e carpir aqui as minhas mágoas e deitar abaixo o muro das lamentações às cabeçadas. Estou farto de aturar gente estúpida, gente indiferente, gente que se está a borrifar para mim, enfim gente para quem eu não significo nada. Esta fartura de aturamento leia-se não tem ordem particular nem qualificação pela ordem.
Onde é que me apetecia estar? ...nem eu sei... antes de pensar. Junto ao mar. Sempre a mesma ligação ao mar! F......! Devo ter sido peixe numa outra encarnação de certeza. O que vale é que entramos na era do aquário!
Estou a ficar com aversão às pessoas. Não sou capaz de o deixar de sentir embora lute contra isso, e saiba, que não é de todo verdade. Acho que uma fase apenas. Esta fase vai ser tramada e os posts que se avizinham prometem...!

08 janeiro 2008

"Igual ao meu"

O que se vai aqui dizer não é de longe metade do que devia ser dito, e com mais contundência sobre o que é "igual ao meu".
Quem nunca ouviu dizer que tal pessoa tem um carro igual ao do fulano tal e uma caneta igual a do cicrano. Errado! Não há nada igual no mundo a não ser o ódio e o amor. Como podem estes tristes seres vivos, comerem o que lhes é vendido pela Nossa Senhora Publicidade e pensarem sem a minima dúvida de que o carro deles é igual ao de um jogador de futebol conhecido. Ó meu idiota o teu carro não é igual a nenhum outro, pode ser parecido, mas igual não é. O teu carro é teu! Ou não? Então se é, vai concerteza ficar estacionado em segunda fila e não no parque vip! A caneta também é tua porque se não fosse não estava guardada numa gaveta em tua casa! E tudo o mais que pensas ter igual às pessoas que vivem acima das tuas posses, desengana-te!
Só por teres não quer dizer que sejas melhor ou até igual. Pois, aqui é que está o mal. Pensar assim é que é errado. Lixa-te para o que os outros tem. Se tiveres que ter posse de algo que o tenhas mas por tua convicção e gosto.
Não são os possuidores de bens irrealmente caros que são melhores pessoas que tu... e que todos os outros que não os possuem.
É feio dizer que se faz as compras no mesmo sitio que fulana tal... não sejam idiotas!
Fazem as compras onde gostam de fazer, onde lhes dá mais jeito, mas não digam que só lá vão porque a menina da televisão também vai.
Parece que não ainda andam na escola!! Livra!

07 janeiro 2008

O Guardador faz um ano

Parabéns, blá blá blá... etc.
Vou quebrar uma regra do blog, vou colocar um video para celebrar a data.
Obrigado

02 janeiro 2008

A acção

Consigo estar acordado relutantemente, ás vezes até com vontade de dormir. Consigo pensar. A imagem da racionalidade fere-me e faz-me bem. Não, não se trata de ser masoquista ou narcisista. Trata-se sim de apreender o racional, a emoção e torna-los uma parte viva de mim. Uma parte não só do pensamento como também do ser actuante que sou.
De facto, existe, não só a racionalidade e a emotividade em mim, como também a parte que age e reage. O ser vivo que actua. A acção é uma consequência das duas primeiras, podendo existir mais causas para o acto de agir. Não vou pensar quais serão elas agora. Talvez mais tarde.
Agora sei que a acção, a acção do que faço está obviamente carregada de subjectividade e de padrões que eu próprio estableço para a conduzir. Esses padrões são de variada ordem, mas também não me vou alongar sobre eles. O que quero escrever é que toda a minha acção reflecte nos outros a imagem que eles tem de mim enquanto pessoa. Esta auto-consciência, do ser actuante que sou é mais um ponto que se acrescenta em mim. A razão, a emoção e a acção de mim, fazem-me agora mais do que era.