18 outubro 2007

Pesa-me este ser. Este vácuo de nada.

Pesa-me este ser. Este vácuo de nada.
Um sabor a ar e vento que tenho na boca.
Uma angústia de não ter ninguém.
Racionalizo quem não tenho.

Sempre o amor. Este vício em mim.
Esta coisa de querer uma mulher.
Ou várias. Sinto-me livre nesta prisão.
Respiro o ar de mim mesmo.

Levem-me daqui! Tirem-me deste sítio...
Arranquem-me desta cadeira e deitem-me na cama.
Os vossos beijos serão soro.
Os carinhos serão oxigénio.

Onde estão os meus remédios?
Porque estão fechadas as farmácias?
Estou doente.
Quem me cura?

Por entre palavras que são aspirinas,
Sei que este estado é passageiro de mim.
Um estado de alma. Uma referência.
Inocente e sem culpa formada, escrevo.

Quem me diz onde vou parar?
Todas as respostas serão bem vindas.
Escrevam-me cartas. Façam desenhos.
Não tenho envelopes RSF.

Coloquem o selo.
A morada é o Paraíso.
Tragam-me a beleza de um olhar.
Um abraço de amor.

Sinto-me escorraçado da vida.
Perdido por ela, enquanto a vivo.
Não tenho mais nada para dizer.
Nada é nada.

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