29 outubro 2007

Embalo-me

Embalo-me. Num cenário morno
Tento saber o que sinto.
Escondo a dor de mim.
Sinto o frio do Outono.

A solidão assina por baixo.
Como se perdido numa praia
Estivesse de costas para o sol.
E caminho...

Por momentos não é bom pensar.
É sentir a incerteza do futuro.
Pensar o quê?
Sentir a dor... O amor que não tenho.

Hoje o amor que não tenho é real.
Não tenho quem me ame. E não amo ninguém.
Tenho o desejo de ter.
De amar ninguém.

28 outubro 2007

Johnny Cash

Para muitos um dos grandes compositores de música country norte americana. Para muitos outros um músico que trilhou o seu caminho como quis e onde quis, e que marcou várias gerações. Primou pela originalidade e por uma certa irreverência para com certos valores instituidos na sociedade norte americana. Dizia que se vestia de preto para lembrar os que não tinham nada, os esquecidos, os presos, os marginais que a sociedade relegava para segundo plano. Um exemplo de dignidade e honestidade, facto que se comprova nas últimas músicas que gravou pouco tempo antes de morrer. Chegou a intrepretar canções de bandas conhecidas como por exemplo "Personal Jesus" dos Depeche Mode ou "One" dos U2.
Já com a sua doença em estado avançado, continuou sempre a gravar, até não poder mais.
Deixo aqui a minha homenagem a Johnny Cash . Escutem com atenção...

Regina Spector

Regina Spector. Conhecem? Não?! Quem não conhece que faça por conhecer.
Uma voz sensual mas ao mesmo tempo intrigante e rebelde. Comprei o CD finalmente! Cada faixa uma descoberta que os sentidos aplaudem. Todas as letras foram escritas por ela. O nome do álbum "Begin to Hope".
Fica aqui um pedaço dele...
Boa múscia.

20 outubro 2007

Fernando Pessoa - Biografia

Fernando Pessoa, um dos expoentes máximos do modernismo no século XX, considerava-se a si mesmo um «nacionalista místico».
Nasceu Fernando António Nogueira Pessoa em Lisboa, no dia 13 de Junho de 1888, filho de Maria Madalena Pinheiro Nogueira e de Joaquim de Seabra Pessoa.
A juventude é passada em Lisboa, alegremente, até à morte do pai em 1893 e do irmão Jorge no ano seguinte. Estes acontecimentos, em conjunto com o facto de sua mãe ter conhecido o cônsul de Portugal em Durban, levam-no a viajar para a África do Sul. Aí vive entre 1896 e 1905. À vivência nesse país da Commonwealth pode atribuir-se uma influência decisiva ao nível cultural e intelectual, pondo-o em contacto com os grandes autores de língua inglesa.
O Regresso a Portugal, com 17 anos, é feito com o intuito de frequentar o curso de Letras. Viveu primeiro com uma tia, na rua de S. Bento e depois com a avó paterna, na Rua da Bela Vista à Lapa. Mas com o fracasso do curso (frequentou-o poucos meses), governa-se apenas com o seu grande conhecimento da língua inglesa, trabalhando com diversos escritórios em Lisboa em assuntos de correspondência comercial.
Ficou sobretudo conhecido como grande prosador do modernismo (ou futurismo) em Portugal. Expressando-se tanto com o seu próprio nome, como através dos seus heterónimos. Entre estes ficaram famosos três: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Sendo que as suas participações literárias se espalhavam por inúmeras publicações, das quais se destacam: Athena, Presença, Orpheu, Centauro, Portugal Futurista, Contemporânea, Exílio, A Águia, Gládio. Estas colaborações eram tanto em prosa como em verso.
Teve uma paixão confessa - Ophélia Queirós - com a qual manteve uma relação muitas das vezes distante, se bem que intensa. Mas foi talvez Ophélia a única a conhecer-lhe o lado menos introspectivo e melancólico.
O seu percurso intelectual dificilmente se descreve em poucas linhas. É sobretudo o relato de uma grande viagem de descoberta, à procura de algo divino mas sempre desconhecido. Essa procura efectuou-a Pessoa com recurso a todas as armas - metafísicas, religiosas, racionalistas - mas sem ter chegado a uma conclusão definitiva, enfim exclamando que todos os caminhos são verdadeiros e que o que é preciso é navegar (no mundo das ideias).
Os últimos anos são vividos em angústia. Os seus projectos intelectuais não se realizam plenamente, nem sequer parcialmente. Talvez os seus objectivos fossem à partida demasiado elevados... Certo é que esta falta de resultados concretos o deita a um desespero cada vez mais profundo. Foi um profeta que esperava a realização da sua profecia, mas que morreu sem ver sequer o principio da sua realização.
Fernando Pessoa morre a 30 de Novembro de 1935, de uma grave crise hepática induzida por anos de consumo de álcool, no hospital de S. Luís. Uma pequena procissão funerária levou o corpo a enterrar no Cemitério dos Prazeres. Em 1988, por ocasião do centenário do seu nascimento, os seus restos mortais foram transladados para o Mosteiro dos Jerónimos em Belém. Em vida apenas publicou um livro em Português: o poema épico Mensagem, deixando um vasto espólio que ainda hoje não foi completamente analisado e publicado.
in "O Major Reformado"

Vou escrever sobre ti

Vou escrever sobre ti. E sobre mim tambem. Não tenho mais nada de interessante para escrever, contudo apetece-me tanto escrever.
Sou casmurro que nem uma porta. Pareço um burro de palas nos olhos. Só te vejo a ti. O porquê fica para segundas núpcias, se existirem. Estava eu a dizer que só te vejo a ti. É verdade. Neste momento não há ninguém que possa ocupar o teu lugar. Sei no entanto que podes começar a qualquer altura uma relação com outra pessoa, e aí fico apeado. Talvez tente entender o que não tenha que ser entendido. Talvez tenha que ficar parado a espera de um sinal teu, se o quiseres dar. Peco muitas vezes por não saber esperar. Peco por ser demasiado presente, por não te dar espaço para respirares, alimentando a minha parte egoísta. Será que tens que sentir a minha falta? Tenho que estar ausente para me quereres presente?
Sou um ser de impulsos fortes. Neste momento só me apetece estar distante de ti. O que poderá não ser aquilo que deveria fazer. Amanhã talvez mude de opinião e não pense desta forma, o que não será de estranhar devido ao elevado grau de carência afectiva.
Penso tanta coisa ao mesmo tempo que nem me atrevo a escrever sobre isso. Estou aqui e tu estás ai. Simples como água. Eu quando tiver vontade de falar contigo, o que será sempre natural devido ao desejo que me provocas, falarei. Neste momento quero deixar que sejas tu, se quiseres a procurar-me. Se calhar cansei-me de tentar uma aproximação errada. Talvez seja bom para ti sentires a falta. Talvez precises de sentir que não estou presente constantemente. Sei que nos desejamos mutuamente. Pelo menos quando estamos juntos. Depois desta última frase só tenho vontade de rir...

18 outubro 2007

Pesa-me este ser. Este vácuo de nada.

Pesa-me este ser. Este vácuo de nada.
Um sabor a ar e vento que tenho na boca.
Uma angústia de não ter ninguém.
Racionalizo quem não tenho.

Sempre o amor. Este vício em mim.
Esta coisa de querer uma mulher.
Ou várias. Sinto-me livre nesta prisão.
Respiro o ar de mim mesmo.

Levem-me daqui! Tirem-me deste sítio...
Arranquem-me desta cadeira e deitem-me na cama.
Os vossos beijos serão soro.
Os carinhos serão oxigénio.

Onde estão os meus remédios?
Porque estão fechadas as farmácias?
Estou doente.
Quem me cura?

Por entre palavras que são aspirinas,
Sei que este estado é passageiro de mim.
Um estado de alma. Uma referência.
Inocente e sem culpa formada, escrevo.

Quem me diz onde vou parar?
Todas as respostas serão bem vindas.
Escrevam-me cartas. Façam desenhos.
Não tenho envelopes RSF.

Coloquem o selo.
A morada é o Paraíso.
Tragam-me a beleza de um olhar.
Um abraço de amor.

Sinto-me escorraçado da vida.
Perdido por ela, enquanto a vivo.
Não tenho mais nada para dizer.
Nada é nada.

16 outubro 2007

O meu ser continua a procura

O meu ser continua a procura. Não sei bem do quê, mas continua. Amores, desamores, desilusões, ilusões, paixões e dor. Tudo isto fez parte da minha vida desde que comecei a escrever o blog. Penso que posso fazer neste momento um balanço desapaixonado e racional desta caminhada de dez meses.
Não escrevo para ninguém a não ser eu. Escrevo sobre mim e sobre o que se passa comigo. Claro que existem outros intervenientes, como não podia deixar de ser.
Posso considerar positivo o balanço entre o deve e o haver. Mas podia ter sido melhor. Muito melhor. Mas assim não aconteceu. Não sou o virtuoso e todos os demais que me rodeiam não são inaptos na minha vida. Tenho que reconhecer onde errei, coisa difícil para um ser orgulhoso e casmurro, como eu. Se mais não fiz foi porque não pude ou não soube.
Quero deixar um obrigado a todos aqueles que directa ou indirectamente, fazem parte da minha vida. Com vocês eu cresço e cresci.

12 outubro 2007

Quem me dera planar no ar

Quem me dera planar no ar.
Erguer-me do chão e voar.
Ter a vertigem da altura.
E chorar o sal do mar.

Com o vento e o frio
A servirem-me de agasalho.
Com os pássaros em roda de mim.
E as nuvens sob o meu corpo.

Quem me dera levantar os pés da terra.
Não pesar sobre ela o meu corpo.
Poder abrir os braços.
Para experimentar o sentido de ter.

A sensação de poder cair.
A incerteza. O risco.
Pesa-me tudo. Escolho um lago
Azul para mergulhar.

11 outubro 2007

Changes in the way

Não sou de esteriorizar sentimentos no plano social. Talvez os astros saibam dar a resposta. Mas a verdade é que me sinto sozinho. Como tantas outras pessoas se sentem. Neste momento novos desafios me revelam que tenho que seguir em frente e pensar, um bocadinho em mim.
Hoje trouxe uma prenda que me deram para casa. Está intacta como no dia em que a recebi.
Este novo rumo que irei tomar, fez-me recordar uma vez mais, o pressentimento que tive uns meses atrás. Já o referi mais do que uma vez. Este ano iria ser de mudanças, o que se está a verificar. Oxalá corra pelo melhor.
Não deixo de me sentir sozinho. Sem pena de mim.


Big Wall, greater steps


10 outubro 2007

In the mood for love - Disponível para amar

Vi este filme já a alguns anos atrás. Um filme que me surpreendeu pela positiva. Não costumo falar muito de filmes e de livros, mas abro aqui uma exepção. Este filme tem desde logo uma banda sonora de cuidada escolha e com o toque ocidental e oriental ao mesmo tempo, próprio do tempo e espaço que retrata. Comprei o CD logo depois de o ver. O DVD comprei anos mais tarde. Fica aqui tambem uma palavra para a fotografia e guarda roupa, para os exelentes actores e para a magia do relaizador Wong Kar Wai. Este filme pela mensagem que transmite, é ao nível do estudo relacional e comportamental, uma obra a não perder.
A história não conto para melhor o sentirem.
Bom filme.

07 outubro 2007

Posso chamar-te dia. Posso chamar-te noite.

Posso chamar-te dia. Posso chamar-te noite.
Posso chamar-te com a boca.
Posso chamar-te com os olhos.
Posso chamar-te amor.

Posso chamar-te paixão.
Posso chamar-te ilusão.
Posso chamar-te...?
Posso? E tu vens ter comigo?

Não receias o perigo?
De não saberes o que sentes?
De incompreensivelmente não saberes nada
Do que sentes?

E eu sem saber nada disso...
Posso chamar-te! E chamo-te.
E chamarei até não te poder chamar mais.
O silêncio.