15 abril 2007

A pele das tuas mãos

De súbito as casas velhas que vejo,
E a enorme vontade de te ter,
Prefazem dentro de mim um
Sentir daquilo que eu quero de ti.

E a angústia elaborada do que não
É real, como fumo branco, dissipa-se.
E danças aos meus olhos a dança dos pássaros.
Resplandecente, olho para dentro da minha cabeça e vejo-te.

Ébrio em estado sóbrio, a definição pode ser esta.
Como tu me sentes e me deixas amar-te?
Como me tens dentro de ti?
E no deserto, só de areia e eu,
Ando descalço e os meus músculos doem.

A pele das tuas mãos é o fim de tudo.
E o coração que tens doí?
A vontade existe.
Só pela vontade te posso ter.

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