24 abril 2007

Beijos Doces

Beijos doces alguém me deu.
A ternura de saber porquê...
E plano como um pássaro.
Olho para baixo e vejo...

Vejo o que quero e o que sou.
Vejo a felicidade ao meu lado.
Mas o medo de cair é tão grande.
E com medo de cair estou a voar.

Voo para ti.
E a minha cabeça está tão mal.
E só me apetece amar-te.
E esquecer o resto que nos comprime.

E ao cair tu agarras-me com as tuas mãos.
Segurando-me junto ao teu peito.
E olho o céu de onde vim e procuro no teu corpo
O sitío de onde vem o bater do teu coração.

18 abril 2007

Cego

Espero por ti e desespero de tanto esperar.
E no esperar da espera, o meu coração fica um mar.
E no mar olho o céu negro de estrelas.
Fico imóvel a sentir que não estás aqui.

Onde estás oh! trova de amor de poesia escrita?
Quem és que não te encontro?
E todas as ilusões que penso não são nada.
A realidade é mais inquietante.

A saudade devora-me.
O mar que eu quero corre noutra direcção.
E nado sozinho no meu rio,
Em busca do meu mar.

Meu amor, estou louco de pensar.
De saber, de sentir, de não saber, de não sentir.
De facto nada sei. Só sei o que o meu mar me diz.
E o meu mar... o meu mar está tão longe...

Escapar, qualquer coisa.

Um destes dias tive um pressentimento. Uma coisa que sinto de vez em quando e que nunca, até agora, consegui explicar a razão pela qual isso acontece. De repente sinto que qualquer coisa vai acontecer, que algo está para me afectar directa ou indirectamente. E não sinto que seja bom ou mau, mas que algo me está a escapar. Disse-o na altura que não gostava de sentir esse sentimento. De facto algo vai acontecer. Essa mudança tem muitos contornos, por vezes difusos. Vários acontecimentos estão a acontecer, não relacionados intimamente, mas que no final me afectam, particularmente. Parte desse sentimento, pode devere-se ao facto de estar imbuido de um espirito aberto e são.
Disse não á muito tempo que este ano vai ser muito importante para mim. O ano do renascimento. Do reencontro com o meu eu, com os outros. O reencontro com o amor... era bom.
Mas neste momento, espero. O tempo é de espera.

Áquela parte...

Neste momento nada me corre bem, tenho muita vontade de mandar todos áquela parte. Todos exepto, claro, aqueles que se preocupam comigo. Todos aqueles que sem interesse de qualquer espécie, privam comigo quer no trabalho quer a nível social. Estou num daqueles dias em que precisava de um ombro amigo, para falar sem parar, desabafar, e falar de tudo e de nada como é costume nestas ocasiões. Mas o escrever aqui também se pode considerar uma terapia. Terapia porque ao escrever, penso nas coisas que me atormentam e de certo modo as relativizo. Digiro os problemas e ponho cada um no seu sítio, tentando fazer com que seja mais fácil lidar com a realidade. Num post que escrevi anteriormente, dizia qualquer coisa como isto, que a realidade somos nós que a fazemos porque também temos o poder de interferir no seu desfecho. Existem condicionantes que nos ultrapassam mas isso, todos nós sabemos, que faz parte da vida.
Uma mulher é o que me faz falta. Mas temos pena, muita pena, não temos. Era bom estar apaixonado por alguém que correspondesse esse sentimento, e que nos fizesse esquecer o mau que nos acontece por vezes. Apaixonado estou, mas pela pessoa errada. E neste momento em que estou prestes a terminar de escrever, o sentimento inicial não desapareceu. Tomei consciência, isso sim, do que quero e porque não o tenho.
Melhores dias virão. Sempre com vontade de melhorar e de alcançar o inatingível.
A felicidade.

15 abril 2007

A pele das tuas mãos

De súbito as casas velhas que vejo,
E a enorme vontade de te ter,
Prefazem dentro de mim um
Sentir daquilo que eu quero de ti.

E a angústia elaborada do que não
É real, como fumo branco, dissipa-se.
E danças aos meus olhos a dança dos pássaros.
Resplandecente, olho para dentro da minha cabeça e vejo-te.

Ébrio em estado sóbrio, a definição pode ser esta.
Como tu me sentes e me deixas amar-te?
Como me tens dentro de ti?
E no deserto, só de areia e eu,
Ando descalço e os meus músculos doem.

A pele das tuas mãos é o fim de tudo.
E o coração que tens doí?
A vontade existe.
Só pela vontade te posso ter.

12 abril 2007

Agradecimento

Agradeço a todos e a todas que aceitaram o convite para lerem o meu blog. Sinto-me priveligiado pela vossa compreensão e amizade. Não se esqueçam de comentar os posts que aqui vou colocando, uma forma de saber a vossa opinião sobre o que escrevo.
Espero que de certa forma este espaço seja de reflexão e que nos ajude a todos a pensar no que somos, de onde viemos e para onde vamos.
Obrigado.

Beijos e abraços...

Apanhei o comboio e lá fui eu, linha abaixo até Lagos. Nunca tinha feito aquela viagem até ao Algarve de comboio. Fui até uma estação da qual não me lembro do nome, e fiz o transbordo para um combio regional. É um daqueles que tem os compartimentos com portas de correr e cortinas no interior. Sol na viagem, muito sol, a deixar antever um fim de semana pleno de emoção.
Cheguei a Lagos e não conhecia nada. Mas pelas indicações que ela me tinha dado, a marina era logo ali a dois passos. E assim aconteceu. Fui até um bar com esplanada e pedi qualquer coisa para beber, já não sei o que, deve ter sido martini ou amêndoa amarga. Um cigarro, dois cigarros, três cigarros... um telefonema e... - Estou aí daqui a um quarto de hora.
A espera era grande, a ansiedade apoderava-se de mim. E ao fundo reparei nela, que em passo curto e lento vinha com os seus ténis, calças aos quadrados castanhos e cinzentos, um pullover, devia ser cor de laranja para variar, os óculos que lhe cobriam a cara por completo... e os seus cabelos longos e lisos pelo meio das costas... cheia de pinta!
Beijos na face... Aquele sorriso, e a descontração de sempre. Notei que não estava completamente a vontade, talvez também por eu não estar.
Um táxi levou-nos até ao apartamento que nos esperava. A tia tinha-lhe dado a chave... Simples apartamento de férias, mas muito aconchegante. Atendeu um telefonema... Sempre a mesma coisa diz ela.
Música... Massive Atack e Ornatos Violeta. Sofá... Beijos e abraços... e muitos sorrisos.
A cama foi estreada. Depois do banho, saímos e fomos comer choquinhos fritos... ui! Tava com uma fome... pensava que ia cair para o lado. Fomos a um bar muito frequentado, com um ambiente cool, e muito terra a terra, com mesas de madeira, luz baixa e música alta. Passeamos por Lagos, e de regresso a casa levou-me a ver a vila do alto do prédio, no terraço. Uma vista linda que ela quis oferecer.
No outro dia após termos ido ao supermercado comprar o jantar, fomos a uma praia, ainda estou para saber o nome... onde num restaurante mesmo na praia, comemos mexilhões e bebemos imperiais, quanto baste. O seu sorriso maroto e a sua boa disposição, não me deixavam lembrar, o que estava a sentir. Sabia no entanto, que não a poderia ter para mim, no verdadeiro sentido da palavra. E isso penso que seria o que ela não me queria dizer. Mas lá no fundo sabia que ela não gostava tanto de mim como eu gostava dela. As regras tinham sido aceites por ambos.
Disfrutei cada momento, tentando fazer com que ela encontrasse uma resposta para o que ela queria. E aquele fim de semana, para além de um encontro de mim e dela, serviu para alguma coisa, para sabermos quem eramos nós ali. Após termos terminado a nossa relação, nunca mais falei com ela. Não me arrependo do tempo que passamos juntos.
P.S.: No metro dos Anjos pareceu-me vê-la. Chapéu preto, cabelo preto comprido, casaco castanho escuro pelo meio das pernas, meias pretas e sapatos pretos de senhorinha. Talvez uma memória, nada mais.

11 abril 2007

Vi o teu olhar doce e meigo

Vi o teu olhar doce e meigo,
Como um abraço de calor e uma criança estava ali.
Uma face que sorria para mim de maneira tão inocente.
Eras tu.

E esse olhar não o vou esquecer.
E por pontes e montanhas eu passarei,
Mas o teu olhar doce e meigo
Relembrarei, longe de tudo...

Os teus olhos... os mesmos que me olham,
E os meus que te olham só eles sabem o que veem.
E quando reparo estás aqui.
Como se por magia, o meu coração fosse coberto pelas tuas mãos.

E o teu olhar vê o que eu sou.

Nas pedras e riachos de mim, saberei o que senti quando vi o teu olhar para mim.
E um fio de felicidade trespassa o meu pensamento, por te ver.
Sabes que és, agora, o meu sentimento.

07 abril 2007

La fille valise


Imagina

Imagina
uma folha de papel onde está escrito a palavra: guarda-chuva.
Escreveste a palavra. E com o papel fazes um barco.
Imagina que estás numa praia e que lanças o barco à água, o barco onde está escrito guarda-chuva.
E os teus pés ficam molhados pela água fria do mar...

Imagina que o barco bate numa rocha e que naufraga. Mergulhando no mar e caindo...
Vai até ao fundo do mar.
E olhas o mar a pensar no teu barco onde tinhas escrito a palavra guarda chuva.
Pensas na tua folha de papel branca que tinhas dobrado.

E andas pela praia, ao longo dela, com vontade de ver o teu barco navegar, mesmo sabendo que ele naufragou.
Olhas para a falésia e vês um papagaio de papel esvoaçar no céu...
Imaginas?

E crês que é real...?
E o teu coração bate tão depressa não sabendo em que acreditar.
E olhas para a folha branca de papel que está em cima da mesa, sem nada escrito.
Imagina que não te amo.

Humpty Dumpty

Estou com fome. Tenho perguiça de ir arranjar qualquer coisa para comer. Depois de escrever este pequeno pedaço de letras, acho que vou beber uma chávena de leite com café e um pão com manteiga. Hoje não almoçei... como só jantei agora tou com a barriga a dar horas.
Mas a barriga não dá horas! Eu não tenho o coelhinho branco dentro de mim! Uma criança ainda vá lá... mas um coelho que dá horas! Essa não pega.
Todos temos uma criança dentro de nós é o que se costuma dizer, o que aliás não está longe da realidade. Só me apetece brincar... mas agora como estou com fome, temos que dar primazia as necessidades básicas. Brincar também faz parte, mas só com "corpo sano e mente sana".
Estou com fome de viver, de não pensar. De aproveitar os momentos pequeninos da vida e senti-los como se fossem os últimos. E se entretanto puder brincar... não o deixarei de fazer. Arrumar as ideias, arrumar a casa por assim dizer, faz parte da vida de cada um, e eu estou nessa fase. Não digo que não se me convidarem para jogar à apanhada, mas dependerá de quem será a apanhada...
Agora sim... vou comer qualquer coisa!

01 abril 2007

Navego

Navego tentando encontrar um rumo para a minha vida, tentando encontrar um sentido para viver, mais do que o simples viver. Vivo pensando em realizar objectivos, traçando metas, estipulando alvos para alvejar e atingir. Acho que este será o método mais realizável para que a minha vida se torne cada vez mais aquilo que eu quero para mim. Vivendo cada dia por si, não esperando nada de mais dele, tentando ser eu próprio, cada vez mais eu. Não espero nada da vida, senão aquilo que ela tem para me dar. Mas sabendo que eu tenho um papel importante no que irei ter. Tudo faço para ser feliz, mas até agora não tem sido possível que esse ideal se concretizasse.
Espero que o futuro seja mais risonho e com sol, muito sol.