26 janeiro 2007

Eu já sabia

Só o tempo acabará por apagar parte da dor que eu sinto quando te revejo. Cheio de coragem lá fui ter contigo, a pensar que já não te amava. Mas a crueldade da tua visão, instantaneamente se projectou em mim. Ainda te amo.
O teu olhar doce, a tua forma de andar, o amor que eu sinto por ti eu vi reflectido em ti. E sai de ao pé de ti a arfar, como que dizendo que o melhor é esquecer, que não posso voltar atrás. E assim, em passo de corrida, fui comer um prego à pressa.
São estes momentos de clarividência que me fazem parar, olhar e escutar quem passa e converter os uns e zeros em linguagem que eu perceba. Eu tenho a minha própria maneira de encarar a realidade e a sua interactividade com o ser humano social. Para isso tenho que internamente digerir o exterior e espreme-lo, bebendo apenas o sumo, aquilo que realmente importa.
Agora mais do que nunca, desejo que não me chateiem que eu também não chateio. Aliás a segunda hipótese é e sempre foi meramente teórica. Eu não chateio ninguém. Mas, como tudo na vida tem o seu lado escuro, aqui eu acuso-me a mim próprio. Sou egoísta! E o doce e terno egoísmo atira-me para o olhar de outra mulher. Querer por desejo, não é o melhor caminho para a redenção. Eu tenho os pés assentes na terra e sei que para jogar zadrez tem que existir dois jogadores com vontade de jogar (analogia parva mas que se adequa para o caso). Não pisarei o risco. Aliás tudo aquilo que eu pisei, ao longo da minha vida e não foi só o risco, foi sempre consentido. Acho que nunca fui no verdadeiro sentido da palavra, um canalha. Sempre soube ao que ia. Podia cair e por vezes cai e de bem alto. Mas cá estou para subir à maior montanha do mundo. E quando na minha vida, com ela me deparar eu vou dizer: mesmo correndo o risco de cair, eu vou subir. Sempre foi assim e sempre assim será.

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